Redação UN
Na manhã desta quarta-feira (8) as Polícias Civil e Militar concederam uma coletiva de imprensa para repassar informações sobre o assassinato de Rogério Rocha, de 57 anos, proprietário de uma mercearia, na avenida 1º de Maio, no Quinzinho, em Formiga.
Estiveram presentes o delegado regional Danilo César Basílio, o delegado de Homicídio e Repressão ao Tráfico de Drogas, Ricardo Bessas e o capitão Bittencourt, da Polícia Militar.
De acordo com Bittencourt, primeiramente, o suspeito dos disparos, de 23 anos, teve o cuidado para não ser reconhecido, usando capacete e roupas, mas o sistema de monitoramento do Olho Vivo foi fundamental para que o jovem fosse localizado.
“As equipes realizaram rastreamento até a zona rural de Segredo e, no local, foram apreendidas as roupas usadas no crime, a arma e a motocicleta, além de drogas e outros dois suspeitos”.
Foram apreendidos mais de 400 pinos de cocaína, material para embalar drogas e diversas munições.
“O adolescente de 17 anos estava no local fazendo um serviço de capina para o suspeito e a jovem de 26 anos, namorada do indivíduo, é suspeita de envolvimento no crime. Ela chegou ao local para levar almoço para eles, já o menor serviu como testemunha dos fatos”.
Dr. Ricardo Bessas explicou que foi instaurado um inquérito policial para apurar sobre o crime e a investigação segue em andamento. Está sendo apurado se foi homicídio doloso, quando há a intenção de matar, tráfico de drogas, posse de munições e arma de fogo e adulteração de veículo automotor.
“Temos imagens da ação do crime e também materiais no local em que foram abordados, sendo os mesmos utilizados pelo indivíduo”.
Ainda de acordo com o delegado, na mercearia não foi subtraído nenhum valor e a intenção do jovem era de motivação pessoal. “A namorada dele teria sido abusada pela vítima, a motivação seria vingança. São informações importantes para o fato, mas isso não é uma certeza absoluta, porém caminha nesse sentido.”
Dr. Ricardo Bessas contou ainda que na zona rural, foi encontrada uma folha impressa escrita artigo 213, do Código Penal (praticar ato libidinoso, violência, conjunção carnal) e segundo informações, ele tinha a intenção de cravar uma faca no peito da vítima, juntamente com a folha, mas não deu tempo.
Dr. Danilo ressaltou que foi uma apuração recorde pois o crime aconteceu pela manhã e o jovem preso no início da tarde.
“Ele já estava no nosso radar, é um indivíduo que já é conhecido no meio policial. As investigações seguem em andamento e em sigilo”.
Corpo desaparecido
O delegado revelou ainda que há outro homicídio em investigação. “Existe uma pessoa desaparecida e, segundo apurações, esse homem estaria envolvido com prostituição infantil. Ele disponibilizava a própria filha para abusos sexuais, e esse foi o motivo para o mesmo jovem matar ele, dias atrás”.
Dr. Danilo explicou que o jovem contou que matou esse outro homem e que a criança era abusada pela vítima assassinada na mercearia. “Então pedimos para a sociedade, se alguém tiver informações sobre este corpo desaparecido que sejam repassadas a nós”
Passagem da vítima pela polícia
Indagado sobre passagens do proprietário da mercearia pela Polícia, Dr Ricardo explicou que esse assunto cabe à Delegacia da Mulher, mas existe um Boletim de Ocorrência contra o homem.
O delegado destacou que a vítima não ficou presa, pois não existe prisão perpétua no país e a Polícia deve seguir o que está na lei. “Por mais grave que seja o crime, um dia a pessoa vai ganhar a liberdade. Isso é o nosso sistema. Pode ser que a pessoa não ficou presa pois não haviam provas suficientes contra ela, ou pela idade ou até uma enfermidade. Às vezes, o resultado não é desejável, não é o que nós queremos e temos que obedecer as regras, isso é importante as pessoas entenderem”, explicou.
Passagem do indivíduo pela polícia
O jovem preso é suspeito de outros dois homicídios registrados em Formiga quando era menor de idade e, na época, recebeu medidas socioeducativas.
Participação da população em denunciar
Bittencourt frisou a importância das pessoas em denunciarem casos de estupro para a polícia, garantindo a proteção, pois procurar outros meios pode correr riscos.
Danilo completou que acompanharam pelas redes sociais os relatos de crimes sexuais e que a vítima era pedófila. “Isso tem que chegar ao nosso conhecimento para apurar. É preciso denunciar para averiguarmos e garantirmos o sigilo”.