A aguardada reunião entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, realizada nessa sexta-feira (15) no Alasca, terminou sem acordo para um cessar-fogo na guerra da Ucrânia. Apesar do impasse, ambos classificaram o encontro como produtivo e sinalizaram avanços parciais nas negociações.

O encontro, que durou três horas, começou às 16h30 (horário de Brasília), após uma recepção calorosa entre os dois líderes. Putin foi o primeiro a se pronunciar, agradeceu o convite e definiu a conversa como “construtiva”. Segundo ele, a Ucrânia foi um dos principais temas tratados: “Vemos o desejo de Trump de entender a essência do conflito e estamos sinceramente interessados em acabar com ele, mas todas as causas fundamentais devem ser eliminadas, e todas as preocupações da Rússia devem ser levadas em conta. Concordo com Trump que a segurança da Ucrânia deve ser garantida. Espero que a compreensão mútua traga paz à Ucrânia”, declarou.

Além do conflito, Putin destacou a possibilidade de ampliar laços econômicos: “A parceria de investimento entre Rússia e Estados Unidos tem enorme potencial. Esperamos que a Ucrânia e a Europa não tentem sabotar as negociações. Esperamos que os acordos de hoje sirvam de ponto de partida para a restauração das relações entre nossos países”, disse.

Na sequência, Trump afirmou que ainda não houve consenso sobre o cessar-fogo, mas ressaltou que houve avanços: “Muitos pontos foram acordados. Restam apenas alguns poucos – alguns não são tão significativos. Um é provavelmente o mais significativo. Ainda não chegamos lá, mas fizemos algum progresso. Há boas chances de chegar lá. Putin quer parar de ver pessoas serem mortas”, declarou. O presidente norte-americano acrescentou que conversará por telefone com Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, e com líderes da Otan.

A cúpula também teve momentos descontraídos. Com sorrisos e cumprimentos efusivos, Trump chegou a aplaudir Putin, que respondeu com um gesto de “joinha”. O russo, em outro momento, arrancou risadas ao fazer expressões atordoadas diante de uma série de perguntas de jornalistas, o que rapidamente se tornou meme nas redes.

Apesar das expectativas, essa primeira cúpula desde o início da guerra em fevereiro de 2022 não resultou em mudanças imediatas no cenário do conflito. Analistas norte-americanos previam que Trump, em seu retorno ao poder, chegaria mais autoritário e preparado para confrontar o veterano líder russo, no poder há 25 anos no total.

Mesmo após meses de críticas mútuas, ambos mostraram otimismo antes do encontro. Putin elogiou os “esforços sinceros” dos EUA e chegou a sugerir que a reunião poderia selar a “paz mundial”, condicionada, porém, a negociações sobre armas estratégicas. Já Trump, ainda que confiante, admitiu que o processo seria complexo: “Nada está garantido. Será como uma partida de xadrez”.

No encerramento, Putin convidou Trump para um próximo encontro em território russo: “Da próxima vez em Moscou”, disse em inglês.

A reunião histórica em Anchorage não garantiu o cessar-fogo, mas evidenciou uma abertura para novos diálogos. Trump e Putin concordaram em manter as negociações, reforçando a expectativa de que futuros encontros possam avançar em direção a um acordo que traga estabilidade à Ucrânia e redefina as relações entre Estados Unidos e Rússia.

Com informações do G1

COMPARTILHAR: