O grupo Hamas libertou nesta segunda-feira (13) vinte reféns israelenses que estavam em cativeiro na Faixa de Gaza há 738 dias. A libertação ocorre mais de dois anos após o ataque de 7 de outubro de 2023, que marcou o início da guerra entre o grupo palestino e Israel.

Segundo agências internacionais de notícias, os reféns foram libertados com intermédio da Cruz Vermelha e fazem parte de um grupo de 48 israelenses sequestrados em Gaza. Destes, 20 estão vivos e 28 são considerados mortos. A liberação dos reféns começou ainda pela manhã (horário local), considerando que a Faixa de Gaza está seis horas à frente do horário de Brasília.

O processo de libertação está sendo realizado em três locais distintos da Faixa de Gaza, de acordo com informações divulgadas por um representante do Hamas à emissora Al Jazeera. Os reféns, após recepção pela Cruz Vermelha, estão sendo encaminhados para áreas controladas por Israel dentro do território de Gaza. Posteriormente, serão levados à base militar de Re’im, no sul de Israel, onde deverão se reencontrar com suas famílias. A expectativa, segundo o porta-voz do governo israelense, Shosh Bedrosian, é de que todos os reféns vivos sejam entregues até o meio-dia (horário local).

A libertação abre caminho para a realização de uma troca com cerca de dois mil prisioneiros palestinos. Cerca de 250 deles já foram transferidos para as prisões de Ofer, na Cisjordânia ocupada, e Ketziot, no sul de Israel, próximas à fronteira com o Egito, segundo comunicado do serviço penitenciário israelense. Esses locais foram escolhidos para facilitar a logística da troca, que pode ser concluída ainda hoje.

Impasse sobre desarmamento e futuro do acordo

Apesar do avanço na libertação de reféns e na negociação de troca de prisioneiros, um impasse permanece em relação ao desarmamento do Hamas. O grupo afirma que esse tema está “fora de discussão”. O plano proposto pelos Estados Unidos prevê anistia a combatentes que entregarem suas armas, mas o Hamas só considera essa possibilidade após a criação de um Estado palestino soberano com Jerusalém como capital.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reforçou que o objetivo do governo israelense continua sendo o desmantelamento completo do Hamas. A questão do desarmamento, assim como a reconstrução da Faixa de Gaza, deve ser debatida em uma segunda fase do acordo.

O conflito entre Israel e Hamas, que se intensificou desde outubro de 2023, já deixou um saldo devastador. Em Gaza, mais de 67 mil pessoas morreram — a maioria mulheres e crianças — e cerca de 170 mil ficaram feridas. Do lado israelense, as mortes somam 1.600. A destruição atinge 90% das moradias em Gaza, com quase dois milhões de deslocados, agravamento da fome e colapso dos serviços de saúde e educação. Enquanto os reféns voltam para casa, o futuro da região segue incerto, com desafios humanitários e diplomáticos ainda por resolver.

Com informações do Hoje em Dia

 

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