A dívida pública bruta do Brasil deve continuar crescendo ao longo dos próximos anos, chegando a 98,1% do Produto Interno Bruto (PIB) até o fim da década, segundo projeções divulgadas nesta quarta-feira (15) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
Os dados fazem parte do relatório do Monitor Fiscal, publicado durante a reunião anual do FMI com o Banco Mundial, realizada em Washington, nos Estados Unidos. De acordo com o documento, a dívida bruta brasileira — que fechou 2022 em 87,3% do PIB — deve subir para 91,4% em 2025 e alcançar 98,1% em 2030, último ano do próximo mandato presidencial.
Esse patamar está acima da média estimada para os países emergentes em 2025, que, segundo o FMI, é de 73,9% do PIB. Ainda assim, as projeções atuais representam uma leve melhora em relação ao relatório anterior, divulgado há seis meses, que apontava para uma dívida de 92% do PIB em 2025 e 99,4% em 2030.
Mesmo com essa revisão, o cenário permanece preocupante. A dívida projetada para o Brasil em 2025 será a quarta maior entre 38 países emergentes analisados pelo FMI. Apenas Bahrein (142,5%), Ucrânia (108,6%) e China (96,3%) aparecem com índices superiores.
Além da dívida bruta, o relatório também atualizou as estimativas para o resultado primário do Brasil — a diferença entre receitas e despesas do governo, desconsiderando os juros da dívida pública. O FMI prevê déficits de 0,6% do PIB em 2025 e 0,4% em 2026. A partir de 2027, o país passaria a registrar superávit primário, começando com 0,3% do PIB e chegando a 1,4% em 2030.
Com informações do Metrópoles