A próxima quarta-feira (24) será uma data histórica para o torcedor atleticano. O clube, com seus 105 anos de história, terá sua maior chance de conquistar a Taça Libertadores, principal competição do continente, e poderá acabar de vez com a ?bad vibe? de azarado que o acompanha desde 1971, quando conseguiu seu único título de expressão, o Campeonato Brasileiro.
Pela frente, o Olímpia do Paraguai, time tradicional que busca seu quarto título do torneio em sua sétima final disputada. Mesmo sendo um time inferior tecnicamente, não dá para não se atentar para isso. Os paraguaios têm camisa.
Do lado atleticano, o sonho nunca esteve tão próximo. Mesmo com os 2 a 0 contra em Assunção na quarta, que, convenhamos, poderiam ter sido 3, 4, a torcida atleticana se apega ao histórico recente da sorte absurda que vem acompanhando a equipe na Libertadores, desde as oitavas-de-final, quando poderia ser goleado pelo São Paulo no Morumbi na primeira meia hora de jogo e viu esse jogo virar quando o adversário perdeu chances claras e teve o zagueiro Lúcio expulso ainda no 1º tempo, encaminhando uma classificação que teria tudo para ser encardida.
Depois veio o mexicano Tijuana, para muitos um azarão que só jogava bem em casa no seu gramado sintético e peculiar, mas que acabou sendo o adversário que melhor encarou de frente o Galo, tendo jogado melhor pelo menos 75% do tempo do confronto e que só não passou porque os deuses do futebol e o pé do goleiro Victor não quiseram.
Nas semifinais, duro golpe na Argentina em uma partida que o Atlético não foi bem. O 2 a 0 do Newells Old Boys parecia selar o fim da bonita história do Galo na Libertadores, mas capítulos especiais ainda estariam por vir no jogo da volta no Independência, seja no gol histórico do contestado Guilherme, seja na disputa nervosa dos pênaltis, atentamente acompanhados pelo homem-de-fé Cuca.
No jogo do Paraguai, o Atlético teve seus momentos de sorte. Em algumas oportunidades, a bola teimou em não entrar, como no incrível lance em que Leonardo Silva salvou um gol certo em cima da linha, para o atacante Bareiro perder uma chance mais incrível ainda no rebote.
Só que a sorte também bateu a porta do time paraguaio. O goleiro uruguaio Martin Silva não deve saber até agora como pegou com o pé um chute forte de Jô, já nos instantes críticos da partida, que daria um respiro ótimo em um empate para o Galo. E Victor também não deve saber até agora como Pittoni jogou a bola mansamente no único metro quadrado onde o goleiro atleticano, o atacante Alecsandro ou até mesmo o presidente Alexandre Kalil não poderiam alcançar. Isso tudo no último minuto de jogo.
A torcida atleticana vai lotar o Mineirão com o sentimento de que este Galo 2013 é o time das causas impossíveis. Seja na bola, na fé, na sorte ou no apagão dos refletores.
O certo é que durante os 90 minutos de jogo mais os 15 de intervalo, a torcida atleticana vai morrer de ansiedade para saber se vai ou não poder soltar o seu mais importante grito de campeão em 105 anos de história. Isso se os tais deuses do futebol não quiserem esticar mais meia hora de prorrogação e outros 15 minutos de inacreditáveis pênaltis.
Por enquanto, o grito do atleticano ainda está entalado na garganta.

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