O futebol vive de rivalidade, debruçada numa máxima que diz que “um time puxa o outro”. No cenário mineiro, essa “lógica” se faz presente. Sempre que um time vence um campeonato, o arquirrival se vê pressionado e ávido a tentar dar uma resposta o mais rápido possível – nem sempre, porém, a resposta vem à altura. Por outro lado, quando uma equipe está em baixa, tal situação serve de alerta para o oponente. Foi o que ocorreu com o Cruzeiro durante anos tempestuosos do Galo em meados da década passada. E é o que se desenha agora, só que com os papeis invertidos.

O triênio 2004/2005/2006 reservou alguns dos mais tristes capítulos da história do Atlético. Em 2004, o alvinegro brigou contra o rebaixamento no Brasileiro, se salvando apenas na última rodada. No ano seguinte, caiu para a Série B, competição que disputou e venceu em 2006. Durante este período, não conquistou nenhum Estadual e nem título de expressão.

Embora não tenha corridos riscos da mesma proporção, o Cruzeiro também não teve muito o que celebrar durante este intervalo. O time celeste fez campanhas acanhadas na Série A, acumulou fracassos em torneios mata-mata e chegou até a perder um Estadual, em 2005, para o Ipatinga. Para muitos, o descenso do Atlético colocou a Raposa numa “zona de conforto”, e os grandes feitos passaram longe da Toca II.

Curiosamente, foi só o alvinegro voltar para a elite do futebol brasileiro e ganhar o Mineiro de 2007 para o rival acordar. Naquele mesmo ano, a Raposa obteve uma vaga na Libertadores de 2008.

Mesmo que o contexto de agora seja diferente, o Atlético sabe que não pode relaxar, principalmente após uma temporada ruim, sem títulos e com várias derrocadas, a destacar a eliminação na fase de grupos da Liberta e nas semifinais da Sul-Americana, além de perder dois duelos mata-mata para o Cruzeiro, um na decisão do Mineiro e outro nas quartas da Copa do Brasil.

Sem o rival na Série A em 2020, o Galo precisará dar uma resposta a seu torcedor, em vez de situar na tal zona de conforto. Serão quatro competições pela frente: Mineiro, Sul-Americana, Brasileiro e Copa do Brasil.

O clube passará por uma reestruturação. Jogadores deixarão a Cidade do Galo; um deles deverá ser Luan, de malas prontas para o V-Varen Nagasaki. Outro será Elias, cujo contrato não será renovado. Além de reforços, o Atlético terá de resolver a questão do comando técnico: quem será o treinador do time no ano que vem?

Incógnitas permanecem no ar. O certo é que a Massa espera ver uma equipe bem diferente – e melhor – daquela que foi sinônimo de fiasco em 2019

 

Fonte: Hoje em Dia ||
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