A doméstica Elisane de Oliveira, de 42 anos, foi mais uma vítima da ineficiência do serviço público em saúde de Formiga. Na segunda-feira (12), após acompanhar a mãe dela até a cidade de Lagoa da Prata, onde a senhora, de 65 anos, foi internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Elisane foi deixada na cidade, sem dinheiro e sem condições de retornar à Formiga.
Revoltada, a doméstica procurou a redação do jornal, na manhã desta terça-feira (13), para relatar mais esse caso de negligência, relacionado à Secretaria de Saúde de Formiga.
A idosa Maria das Graças Pires Silva, mãe de Elisane, deu entrada no Pronto Atendimento Municipal de Formiga na segunda-feira. A equipe médica constatou o princípio de infarto e a necessidade de internação em um leito de UTI. Como não havia, naquele momento, vagas na Unidade da Santa Casa de Formiga, foi necessário transferi-la para o hospital São Carlos, em Lagoa da Prata.
A filha da idosa se prontificou a acompanha-la, já que deveria arrumar os papéis de internação, e ouviu de uma enfermeira do PAM que ela seria levada até Lagoa da Prata e voltaria com a mesma equipe.
Por volta das 15h20, a UTI Móvel da Prefeitura de Formiga chegou ao hospital São Carlos e a doméstica tratou de providenciar os papéis para a internação da mãe, quando foi avisada que deveria pedir que o motorista da ambulância a aguardasse, já que não poderia ficar no hospital. ?Quando pedi que me esperassem, ouvi do médico que veio acompanhando a minha mãe que eles não tinham essa obrigação e logo foram embora?, conta a doméstica.
Na UTI Móvel estavam além do motorista, o médico e um técnico de enfermagem.
?Eu fiquei apavorada, ainda mais com a minha mãe naquela situação, ligada a vários aparelhos. Então respirei fundo e me controlei para que ela não percebesse minha aflição?, conta Elisane que pediu ajuda para a assistente social do hospital de Lagoa da Prata que entrou em contato com a Secretaria de Saúde de Formiga.
?Eles não deram previsão de nada e a assistente me disse que quem atendeu ficou assustado por saber que o problema (de esquecer pacientes e/ou acompanhantes) havia se repetido. Então, eu pensei em ir para a Rodoviária e ver como eu me virava lá, mas é longe demais do hospital, além disso sou analfabeta e não saberia chegar até lá, então sentei na porta do hospital sem saber o que fazer?, explicou a doméstica que esperou por mais de duas horas na porta da unidade de saúde e que só voltou para casa após às 18h, quando conseguiu uma carona com conhecidos.
Em contato com a Secretaria de Comunicação para conhecer a posição da administração diante de mais esse caso, foi enviada a seguinte nota:
?A Secretaria Municipal de Saúde não recebeu qualquer reclamação nesse sentido e vai apurar o que aconteceu. O órgão vai chamar o responsável pela empresa que presta o serviço para que sejam dadas explicações. É importante também que a responsável pela paciente procure a Ouvidoria da Secretaria de Saúde para dar mais informações a respeito para que as providências sejam tomadas?.

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