Advogados vão pedir relaxamento de prisão de casal
Habeas corpus para Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá deve ser pedido na segunda.
Casal está preso desde quinta-feira, suspeito da morte de Isabella Nardoni, de 5 anos.

Dois advogados de Alexandre Nardoni, pai de Isabella, morta no dia 29 de março em um prédio da Zona Norte de São Paulo, confirmaram neste domingo (6) que irão entrar na Justiça na segunda-feira (7) com um pedido de habeas corpus (relaxamento da prisão) para Alexandre e de sua mulher, Anna Carolina Jatobá. Os dois estão presos por suspeita de envolvimento no crime.
Caso o pedido seja aceito pela Justiça, os dois poderão deixar as delegacias em que cumprem prisão temporária de 30 dias, e ficar em liberdade enquanto a polícia prossegue com as investigações sobre o caso Isabella.
Os defensores chegaram por volta das 12h30 ao 77º DP, em Santa Cecília, na região central de SP, onde Nardoni está preso. Eles permaneceram na delegacia por cerca de uma hora e, na saída, falaram com a imprensa.

Veja a cronologia do caso

Por enquanto, o casal cumpre prisão temporária de 30 dias. Na delegacia onde Anna Carolina Jatobá está presa, o 89º DP, nenhuma visita até este horário.
No final da tarde de sábado (5), três advogados visitaram a delegacia onde Alexandre está preso, mas apenas um deles foi autorizado a entrar e conversou com o pai de Isabella por cerca de 40 minutos.
Versão do pai
A polícia trabalha sobre a versão contada pelo pai da criança que, desde o primeiro dia, afirma ser inocente. Ele conta que deixou a menina em um quarto, dormindo, enquanto foi até a garagem ajudar a mulher a subir com os outros dois filhos. A família havia chegado de um jantar na casa da sogra dele, por volta de 23h30.
Alexandre Nardoni afirma que deixou o imóvel trancado depois de colocar a menina na cama. Quando subiu, viu que ela não estava no cômodo e percebeu que a tela de proteção na janela estava rasgada. Em seguida, relatou ter visto o corpo da criança no jardim.
Em cartas divulgadas à imprensa nesta semana Alexandre e sua mulher, Anna Carolina Jatobá, dizem não serem culpados pela morte e afirmam que a ?verdade prevalecerá?.
Investigações
O promotor Francisco José Taddei Cembranelli disse na sexta-feira (4) que não descarta a possibilidade de ela ter sido colocada na grama do jardim e não ter sido arremessada. ?Isso vai se comprovar com a conclusão das investigações policiais?, disse ele, em entrevista coletiva à imprensa. Segundo ele, todas as hipóteses serão averiguadas.
Na opinião do promotor, entre os pontos que devem ser esclarecidos, está o momento em que a família chegou ao prédio e subiu ao apartamento. De acordo com o inquérito, o casal teria chegado ao prédio por volta das 23h30 e o porteiro diz ter ouvido um barulho, que seria da queda de Isabella, entre 23h45 e 23h55.
Segundo a versão dada pelo pai à polícia, não se passaram mais que cinco ou sete minutos o período em que ele leva a criança para o apartamento, retorna ao carro e volta a subir para o apartamento no 6º andar. Ainda segundo Cembranelli, até que os bombeiros e policiais chegassem, o corpo de Isabella não foi tocado. ?Não foi mexido. Não houve desespero de ninguém em prestar um socorro imediato?, afirmou.

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