A área sob alerta de desmatamento na Amazônia Legal durante o primeiro semestre de 2022 é a maior em sete anos, de acordo com sistema de monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Foram 3.750 km² entre 1º de janeiro e 24 de junho (mais de 2 cidades de São Paulo), índice superior ao dos anos anteriores mesmo sem contabilizar os últimos 6 dias do mês.

O estado do Amazonas foi o mais afetado, com 1.131 km², seguido do Pará (1.059 km²) e do Mato Grosso (818 km²).

A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro e engloba a área de 8 estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão.

O Deter produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²), tanto para áreas totalmente desmatadas como para aquelas em processo de degradação florestal (exploração de madeira, mineração, queimadas e outras). O sistema não é o dado oficial de desmatamento, mas alerta sobre onde o problema está acontecendo.

A medição oficial do desmatamento, feita pelo sistema Prodes, costuma superar os alertas sinalizados pelo Deter. Na temporada 2020-2021 – período que engloba agosto de 2020 a julho de 2021 –,foram 13 mil km² de área sob alerta de desmatamento, maior número desde 2006. Uma estimativa feita pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (imazon) aponta que a Amazônia poderá ter mais de 15 mil km² de área desmatada até julho deste ano.

Recordes em janeiro e fevereiro

Janeiro e fevereiro de 2022 acumularam recordes de desmatamento no Brasil. Normalmente, o período entre dezembro, janeiro, fevereiro e março acumula taxas menores de desmate já que estão dentro da estação chuvosa da maioria dos estados do bioma. No entanto, as taxas atuais se comparam aos registros da estação seca em anos onde houve maior ação contra os crimes ambientais.

Em janeiro foram 430,44 km² de área sob alerta de desmatamento. A média para janeiro no período entre 2016 e 2021 é de 162 km²; a taxa atual foi 165% maior.

Em fevereiro foram 199 km² de áreas sob alerta de desmate; a média entre 2016 e 2021 é de 135 km²: o número registrado neste ano é 47% maior.

Fonte: G1

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