Cães foram envenenados, esfaqueados e atropelados em Cláudio. Só na última semana, cinco animais foram atropelados. A maioria está com as pernas quebradas. A crueldade dos atos tem assustado a população. Além da dificuldade para alimentar os animais, a ONG que protege o direito deles está com dificuldade de oficializar as agressões nos órgãos públicos de segurança do município.

Nesta quinta-feira (15), o MG2, telejornal da Rede Integração/Globo mostrou casos de animais que estão sendo envenenados em Santo Antônio do Monte.

O promotor de Cláudio, Marcus Vinícius Lamas Moreira, informou que já atendeu as representantes da Sociedade Protetora dos Animais para o levantamento de informações e que, em conjunto com a Polícia Civil, está empenhado na apuração das mortes e identificação dos suspeitos.

A maior parte dos ataques ocorre durante a madrugada na região Central, próximo da Praça da Matriz. O local mais procurado a noite pelos animais que vivem nas ruas.

Casos
A cadela vira-lata Pretinha, foi uma das poucas que conseguiu sobreviver ao envenenamento. As voluntárias da Sociedade Protetora dos Animais do município filmaram as bolinhas de carnes com veneno que foram espalhadas pela cidade.

Segundo elas, os ataques se intensificaram nos últimos 20 dias, muitos cães e gatos morreram. “Aproximadamente uns 100, porque muitos animais a gente encontra morto sem saber o motivo da morte”, explica a vice-presidente da Sociedade, Vânia Lúcia Bezerra.

Tem ainda os casos de espancamento. Um deles foi da cachorra chamada Mãezinha. Mesmo com traumatismo craniano causado por uma paulada durante a gestação, ela conseguiu criar nove filhotes saudáveis. Outros animais tiveram que ser sacrificados.

“Deixaram uma cadela na porta da casa da minha tia, que é minha vizinha, e a gente conseguiu levar ela para um veterinário. Chegando lá o veterinário falou que ela estava com a coluna quebrada e que infelizmente teria que fazer a eutanásia, porque ela estava em sofrimento e não tinha como reverter a situação”, conta a agente de saúde Bruna Cecília.

Tem ainda os casos de espancamento. Um deles foi da cachorra chamada Mãezinha. Mesmo com traumatismo craniano causado por uma paulada durante a gestação, ela conseguiu criar nove filhotes saudáveis. Outros animais tiveram que ser sacrificados.

“Deixaram uma cadela na porta da casa da minha tia, que é minha vizinha, e a gente conseguiu levar ela para um veterinário. Chegando lá o veterinário falou que ela estava com a coluna quebrada e que infelizmente teria que fazer a eutanásia, porque ela estava em sofrimento e não tinha como reverter a situação”, conta a agente de saúde Bruna Cecília.

Cadela Mãezinha recebeu uma paulada durante a gestação em Cláudio — Foto: Reprodução/TV Integração

Um dos cães retalhados sofreu 15 cortes, alguns ferimentos ainda não cicatrizaram. O animal ficou internado por 20 dias e agora está no Centro de Acolhimento Animal da Prefeitura. O cachorro treme de medo quando alguém se aproxima.

Um cavalo também foi esfaqueado. “Este cavalo foi esfaqueado, ou seja, as pessoas cortaram o cavalo. Disseram que foi vingança, mas infelizmente o proprietário não autorizou que a gente participasse do caso”, afirmou a coordenadora da Sociedade Protetora dos Animais, Marta Madeira. “Os animais têm direito de ficar na rua sim e receberem um bom tratamento. Se você não gosta de animais, pelo menos respeite. É isso que a gente está pedindo para a comunidade”, contou a voluntária Jaqueline Mitre.

Dificuldades
De acordo com o levantamento da Sociedade Protetora dos Animais de Cláudio, só nós últimos 20 dias, 100 cães e gatos foram vítimas de violência na cidade, principalmente espancamentos, envenenamentos e cortes com faca.

São tantos casos que as voluntárias estão com dificuldade de registrar os boletins das ocorrências. “Para registrar o caso a gente tem uma dificuldade com a polícia, algumas pessoas têm reclamado que ligam para eles registrarem o Boletim de Ocorrência e falam que isso não é problema deles”, relatou Marta.

A equipe de reportagem do MG2 entrou em contato com a Polícia Militar (PM) para saber o motivo da dificuldade em registrar o boletim de agressão e morte dos animais, mas até o fechamento do jornal os militares não tinham respondido a solicitação feita.

Notificação
A ONG também foi notificada pela Vigilância em Saúde a parar de tratar os animais na rua. A notificação foi baseada no Código Sanitário do município, que está em vigor há 20 anos. O artigo 40 prevê que é proibida a permanência de cães, gatos e outros animais domésticos em locais públicos. A infração que pode gerar multa de até R$ 3 mil. As denúncias estão sendo investigadas pelo Ministério Público.

As três notificações feitas, de acordo com o coordenador da Vigilância em Saúde, Magno Gonçalves, que assinou o documento, foi uma resposta a um pedido do Ministério Público que recebeu denúncia de ataques dos cães de rua que são tratados pela ONG. “Se a pessoa está tratando desse animal ela pode caracterizar posse. E o artigo 34 ele diz que todo ato danoso causado por animal doméstico é de responsabilidade do proprietário”, explicou Magno.

Ainda de acordo com Magno, a Prefeitura vai liberar um espaço para que associação tenha sede própria e uma melhor estrutura para cuidar dos cães. “Na rua não é ambiente para esses animais, eles não têm alimento adequado, não têm água adequada, passam frio e fome, comem lixo e são atacados, como aconteceu. Claro que a gente não tem capacidade de colocar todos os animais de Cláudio para adoção, mas gradativamente já tentamos fazer este controle populacional”, completou o coordenador.

Na cidade com cerca de 30 mil habitantes, o que a população espera é que os agressores sejam identificados e punidos, e os animais respeitados.

 

Fonte: Matéria do G1||https://g1.globo.com/mg/centro-oeste/noticia/2019/08/16/animais-sao-envenenados-esfaqueados-e-atropelados-em-claudio.ghtml

COMPATILHAR: