O laudo pericial apresentado pela Polícia Civil na tarde desta sexta-feira (8) apontou que o segurança Edson Carlos Ribeiro, morto após agressão pelo empresário Pedro Lacerda, teve morte súbita cardíaca. Segundo a equipe, a causa da morte não teve relação com a agressão sofrida pelo suspeito, que segue preso desde o ocorrido, no dia 26 de setembro.

“Foram duas semanas de intenso trabalho que envolveu delegados, peritos e médicos legistas. A Polícia Civil quando investiga ela não se preocupa com classe social de autor e vítima e não se preocupa com cor de pele de autor e vítima. Cada um dos profissionais envolvidos possui autonomia técnica para executar os seus trabalho investigativos”, disse o delegado regional Cleovaldo Marcos Pereira.

Perícia

Segundo a equipe pericial, os trabalhos partiram da informação de uma agressão sofrida pela vítima enquanto trabalhava, na região superior entre a traqueia e a cabeça, por meio de um soco, com a a utilização de um suposto soco inglês. Para a perícia, não houve utilização do instrumento.

“Não havia no corpo nenhuma lesão sugestiva por meio de um soco-inglês”, disse o perito Carlos Eduardo Leal.

“O que encontramos foi um hematoma na região da nuca e na parte frontal da cabeça, além de uma infiltração. Não havia feridas. Havia infiltração hemorrágica e não era visível externamente. Demos especial atenção à região da cabeça e não encontramos nenhum tipo de lesão, na traqueia, laringe, além dessa pequena infiltração. Seguimos no exame e o que nós encontramos foi um coração muito aumentado. Procedemos e verificamos que o que se destacava ainda mais era a extensão do ventrículo esquerdo e, assim, levantamos várias hipótese. Levamos esse coração para Belo Horizonte para exame microscópico e o diagnóstico foi uma morte súbita cardíaca secundária à doença já preexistente, de cardiomiopatia hipertrófica”, disse o médico legista, Marcell de Barros Duarte Pereira.

Segundo a médica legista, Andressa Vinha Zauncio, o estado de estresse vivenciado no momento da agressão poderia de fato, ter causado a morte súbita do segurança, mas a lesão que ele sofreu, em decorrência do soco, não seria capaz de levá-lo à morte. “Nenhuma lesão apresentada o levaria à morte”, enfatizou.

Ainda segundo a equipe, Edson fazia uso de medicamentos regulares quando foi diagnosticada a doença cardíaca e a partir daí houve um ajuste medicamentoso. A esposa do segurança disse aos policiais que não tinha conhecimento da cardiomiopatia hipertrófica e que sabia apenas que ele era hipertenso.

Caberá agora à Justiça, definir sobre a pena do suspeito, Pedro Lacerda. O titular da ação penal é o Ministério Público e diante do que for apresentado, o MP pode solicitar novas diligencias da Polícia Civil dentro do inquérito e do eventual processo.

Foto: g1 Centro-Oeste

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