O Brasil está fechado para combater a disseminação do coronavírus. Mas não é o único. Mundo afora, nações adotam estratégias para reduzir o número de casos e para evitar a saturação dos sistemas de saúde. A Espanha é uma delas. Com alta de 30% do número de mortes nos últimos dias, os moradores estão isolados, assim como a população daqui.
Dois atletas de Juiz de Fora, estão nessa situação: Thiagus Petrus, do handebol do Barcelona, e Léo Santana, do futsal do Murcia. Eles atenderam à reportagem do GloboEsporte.com para relatar como têm sido os últimos dias e alertar aos compatriotas sobre os riscos de não respeitar as orientações das autoridades.

– Estou há nove dias em casa, já de quarentena, treinando aqui mesmo e sem saber o que vai acontecer. Está impressionante. Tem toque de recolher e, se precisar, multam também quem está na rua. É uma situação completamente nova e nunca tinha visto nada parecido – afirmou.

– A saúde pública aqui na Espanha deve ser a melhor do mundo e está quase entrando em colapso. No começo, muita gente não acreditava, mas de 11 dias para cá, passamos de uma vida normal para quarentena – contou Thiagus.

O capitão da seleção brasileira de handebol foi campeão da Copa do Rei no início do mês com o clube catalão, que também lidera com folga a Liga Nacional. Ele contou que a orientação do Barcelona foi de que ninguém deixasse a cidade e só saísse de casa para comprar mantimentos. O atleta tem aproveitado o tempo livre em casa para manter a forma física seguindo orientações por vídeo do preparador físico e para estudar.

Léo Santana (27) segue orientação do ElPozo Murcia futsal e fica em casa com a família — Foto: ElPozo Murcia/Divulgação



O conterrâneo Léo Santana é outro acostumado a levar alegria para a torcida espanhola. Jogador do ElPozo Murcia, ele está na mesma situação de Thiagus e conta que a fiscalização tem sido forte por parte do governo. Com o time na semifinal da Taça UEFA, ele viu a etapa da competição (que seria realizada de 24 a 26 de abril em Minsk, na Bielorrússia), ser suspensa, bem como a liga local.

– Tem uma semana que o clube nos informou que não haveria mais treinos, que o governo obrigou as pessoas a ficar em casa. Se a pessoa sair de casa, tem que ser para ir ao mercado ou à farmácia, e se a polícia parar, tem que mostrar o comprovante de que estava nesses estabelecimentos, senão é multado. Os amigos espanhóis nos passaram que estão tentando antecipar as coisas, porque está crescendo muito – disse, alertando para o exemplo da Itália.

Ciente das dificuldades que o isolamento social impõe, o jogador de futsal contou que a prioridade do momento é cuidar da família e se ampara na esposa e na filha para encarar a situação com pensamento positivo.

– Eu costumo ir ao mercado uma vez na semana só. Estou em casa com a família. Eu estou voltando de lesão, então trabalho mais que o habitual para conseguir o ritmo que eu estava precisando. O lado positivo é esse, estar se prevenindo de um vírus que está mexendo com a cabeça de todo mundo e de estar junto com a família. Conversei com minha esposa sobre isso, quando estava treinando, minha filha estava na creche e só a via à noite, porque treinava e fazia fisioterapia. Agora posso ficar mais com ela, ainda mais para mim, que sou pai de primeira viagem. Tudo tem o lado positivo, a saúde da minha família em primeiro lugar – disse.

– Espero que o Brasil também olhe o exemplo dos outros países e todo mundo fique em casa – concluiu.

Fonte: Globo Esporte MG

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