Quando se pensa em bactérias, os seres mais numerosos do planeta e invisíveis a olho nu vêm logo à cabeça micro-organismos perigosos à saúde. Mas centenas de tipos habitam o corpo humano e são imprescindíveis para manter o equilíbrio do organismo, fazer a digestão e impedir a invasão de seres ?do mal?.
O infectologista Caio Rosenthal e o engenheiro de alimentos Guilherme Rodrigues explicam sobre as ?bactérias do bem?.
Pele, intestino, boca, esôfago, estômago e genitais são algumas das regiões colonizadas. Se fosse possível contar o número exato de células de uma pessoa, provavelmente a quantidade desses organismos seria cem vezes maior. E a harmonia entre eles é fundamental, pois se uma bactéria boa muda de lugar pode causar algum dano ou doença.
Alguns pais tentam afastar os filhos desses agentes, esquecendo-se de que muitas vezes eles são importantes para fortalecer o organismo e a imunidade. Nos Estados Unidos, cientistas do Instituto do Câncer Roswell Park descobriram que a salmonela, bactéria da maionese estragada que provoca intoxicação alimentar, contém uma proteína capaz de proteger contra a radiação. Na China, mais de 23 toneladas de outra bactéria foram jogadas ao mar para destruir o óleo que se espalhou em um derramamento no ano passado.
Em São Paulo, o Hospital das Clínicas faz centenas de exames diariamente para identificar os micro-organismos responsáveis por infecções em pacientes ? um trabalho necessário para descobrir o antibiótico mais eficiente ao tratamento.
O desafio é não atacar nem destruir as bactérias que contribuem para a nossa saúde e convivem pacificamente no corpo humano. Por isso, é importante usar esses medicamentos com cautela e receita médica, pois eles matam indiscriminadamente, sejam os alvos bons ou ruins. E às vezes o indivíduo pode estar até infectado com outro tipo de patógeno.
Conjuntivite
Uma das doenças causadas por bactérias invasoras é a conjuntivite, que também pode ser decorrente de vírus, alergia ou produtos tóxicos. O estado de São Paulo vive um surto dessa inflamação, com 70 mil casos só na capital.
Para alertar novamente sobre o problema, o oftalmologista Emerson Castro explica as principais formas de transmissão, se álcool gel funciona como prevenção e de que forma não contaminar outras pessoas. Ele também destaca a importância de lavar as mãos, de afastar-se do trabalho ou da escola por um tempo e de não usar lenços, toalhas de pano nem gelo nos olhos.
Entre os cuidados que a conjuntivite exige estão: limpar os objetos da casa, principalmente os de uso comum (inclusive maçanetas e interruptores de luz); evitar tocar em locais públicos e depois levar as mãos aos olhos; lavar roupas e mãos constantemente (também com álcool gel); não compartilhar toalhas (preferir as de papel) e não pingar colírios sem receita médica. Para aliviar os sintomas, é recomendado o uso de compressa de água fria.

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