A Administração Municipal está construindo um monumento com 3,26m de altura nas imediações da Praça José Barbosa Júnior, chamado de Pelourinho. De acordo com o prefeito Aluísio Veloso/PT, o monumento simbolizará o último enforcamento realizado no país, que ocorreu em Formiga.
O Pelourinho, popularmente designado também como picota, é uma coluna de pedra colocada num lugar público de uma cidade ou vila onde eram punidos e expostos os criminosos.
O último enforcamento
Segundo historiadores, a última condenação e execução por enforcamento no Brasil aconteceu em Formiga no dia 12 de outubro de 1842, na Rua do Sabão. José dos Santos Leão e Luiza Maria da Conceição receberam a pena máxima, que se tornou a primeira e última decretada na Vila Nova de Formiga.
A condenação se deu porque José dos Santos Leão assassinara, com dois golpes de faca, Francisco das Chagas Gago. O assassino, que abandonara a profissão de carpinteiro, em Itabira do Mato Dentro, chegando a Vila Nova de Formiga, pediu pousada na casa de Gago, onde dormira no quarto do casal e cometeu o crime.
Luiza Maria da Conceição, então mulher da vítima, presa pelo inspetor de polícia Francisco Rodrigues de Souza, negou que houvesse mantido relações sexuais com o assassino, mas acabou sendo indiciada como autora intelectual do assassinato.
A acusação foi oferecida pelo promotor Camilo Querubino Epifânio Fonseca. Após a votação dos jurados, o juiz Pantaleão José da Silva Ramos, proferiu a sentença, condenando os réus José dos Santos Leão e Luiza Maria da Conceição à pena de morte.
Mandados a novo julgamento, por falta do cumprimento de alguns dispositivos legais, em 7 de outubro, o Conselho confirmou a decisão do mesmo júri. Então, o juiz Pedro da Costa Fonseca mandou realizar a execução, solicitando à Câmara que erguesse a foca. Em 12 de outubro, o réu foi executado. A execução de Luiza foi suspensa em virtude do atestado de gravidez que apresentou.
Algum tempo depois, comprovou-se que ela não estava grávida e o juiz municipal Pedro da Costa Fonseca acabou sendo denunciado como conivente na fuga da ré condenada à morte. O juiz em questão se suicidou no dia 1º de maio de 1850. O juiz Pedro da Costa Fonseca era natural da cidade de Pitangui/MG e as denúncias contra ele foram sustentadas pelo promotor João de Souza
Gonçalves, que descobrira a falsidade no atestado de gravidez apresentado pela condenada que, tendo a execução de sua pena adiada, acabou empreendendo fuga.

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