A banda larga no Brasil passou a pesar 64% menos no orçamento das famílias brasileiras entre 2008 e 2010. Segundo estudo da UIT (União Internacional de Telecomunicações), órgão ligado à ONU (Organização das Nações Unidas) divulgado na quinta-feira (15), o custo da banda larga era igual a 2,5% do PIB (Produto Interno Bruto) por pessoa, enquanto que no período anterior esse número era de 6,9%.
Essa queda foi a 12ª mais acentuada entre os 165 países analisados. Dois países africanos lideram esse ranking: Burkina Faso (queda de 96%) e Uganda (-90%). Em média, os países subdesenvolvidos tiveram queda de 52,2%. Os desenvolvidos derrubaram esse número em 35,4%.
Na América, apenas a Venezuela teve queda maior no peso da banda larga na renda das pessoas, com uma diferença de -70%.
Porém, a banda larga continua inacessível para a maioria dos países pobres. Em média, o preço da banda larga representa 112,2% do PIB per capita desses países.
O relatório considerou o custo da banda larga de no mínimo 256 KBps com 1 GB de dados. Essa velocidade é 75% menor que a velocidade do PNBL (Plano Nacional de Banda Larga) que é de 1 MBps por R$ 35. Esse programa do governo tende a baixar ainda mais o custo da internet caso a Onu mantenha esse critério nos próximos relatórios.
Dados da pesquisa anual do CGI.br (Comitê Gestor da Internet), a TIC Domicílios, apontam que o brasileiro está deixando de contratar velocidades inferiores a 1 MBps. Em 2008, velocidades de conexão de até 1 MBps representavam 66% dos domicílios. Em 2010, a menor velocidade teve sua participação reduzida para 40% (uma queda de 27%). O acessos com mais de 2 MBps tiveram alta de 114%, pegando 15% do total.
Em muitos países, essa velocidade de 256 KBps nem existe mais. Um plano básico de internet banda larga na Áustria é de 8 MBps (oito vezes mais que o PNBL). Na Coreia do Sul, 50 MBps.
Rural x urbano
Entre 47 países analisados, o Brasil é o terceiro que mais tem diferença entre pessoas com acesso a internet no meio rural e urbano.
Nas cidades, 45,4% das pessoas tem acesso à rede, enquanto que no campo esse número cai para 16%, uma diferença de 29,4%. A diferença é maior apenas no Marrocos (35,2%) e no Peru (31,2%).
Banda larga móvel
O uso de banda larga em dispositivos móveis também teve um crescimento expressivo no Brasil. De 1,8% da população com um plano ativo de internet móvel o país passou a ter 10,6% – aumento de 488%.
Esse crescimento foi o 16º maior entre os 165 países analisados no relatório. Belarus (5.700%), Moldova (aumento de 5.100%), Equador (mais de 4250%) Bolívia, Fiji (ambos com 1.300%), Paraguai (aumento de 1.266%), Jamaica (crescimento de 777%), Cambodja (709%) Uganda, Egito, Angola (esses três com 700%), Honduras (ambos com aumento de 600%), Argentina (alta de 573%), Arábia Saudita (+ 535%), El Salvador e Tanzânia (ambos com crescimento de 525%) foram os países que superaram o índice brasileiro. A maioria desses países tinha menos de 1% de usuários conectados em 2008.
Isso sem contar os países que não tinham banda larga móvel em 2008 e passaram a ter, como é o caso do Paquistão, Gambia, Moçambique, Vietnã, Zimbábue, Tunísia, Síria, Senegal e Ruanda.
Celular
O mesmo relatório trouxe informações sobre o preço dos serviços de celular nos países. O Brasil consta como o país mais caro em termos de ligações e mensagens SMS entre as 165 nações analisadas.

COMPARTILHAR:

Receba as publicações do Últimas Notícias em primeira mão no nosso grupo do WhatsApp:
https://chat.whatsapp.com/DoD79bcrBLZIqK6nRN2ZeA