A startup AeroRiver planeja concluir, até 2026, o protótipo em escala real do Volitan, um barco voador projetado para aprimorar o transporte de cargas e passageiros na Amazônia. O projeto, que teve um aporte de R$ 10 milhões da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), já atraiu o interesse de empresas locais, como a Bemol, maior rede varejista de Manaus, que assinou uma carta de intenção para utilizar o veículo em suas operações logísticas.
Inspirado nas aeronaves soviéticas que exploravam o efeito solo para voar a baixa altitude e evitar radares durante a Guerra Fria, o Volitan é projetado para se deslocar entre 5 e 10 metros acima da superfície dos rios.
Presidente da Finep, Celso Pansera afirmou à coluna que o Volitan representa uma aposta do governo Lula dentro do programa Nova Indústria Brasil (NIB). Segundo ele, o projeto busca um produto industrial viável, com potencial para fortalecer a indústria nacional e gerar empregos
“O modelo conceitual é uma aposta para torná-lo real, operacional. O passo seguinte é transformar esta tecnologia brasileira em um produto industrial”, declarou.
O custo estimado para a produção do primeiro protótipo é de aproximadamente R$ 2 milhões. Mas, segundo Lucas Guimarães, diretor-executivo da AeroRiver, a tendência é que os custos diminuam à medida que a equipe otimize os processos de fabricação.
Embora o projeto tenha sido inicialmente concebido para atender às necessidades logísticas da Amazônia, o engenheiro considera expandir a comercialização do Volitan para outras regiões. “Descobrimos que o veículo pode ser usado no mundo inteiro. Queremos usá-lo para conectar o Rio de Janeiro a Santos [SP]”, disse.
Fruto da iniciativa de jovens pesquisadores do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), berço da engenharia da Embraer, o Volitan está sendo construído em São José dos Campos (SP).
Fonte: Felipe Salgado/Metrópoles