Belo Horizonte está prestes a encarar o dia mais quente de sua história – ou pelo menos da série de medições do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) iniciada há 110 anos. Espera-se que os termômetros marquem máximas em torno de 38ºC na cidade no próximo sábado (3) e não há sequer estimativa de quando o calor dará uma trégua à capital mineira.

Aliás, constatou-se que essa segunda-feira (28) foi o dia mais quente da história do mês de setembro, e à tarde os termômetros registraram 37,3ºC em alguns pontos de BH – o recorde de dia mais quente da história pertence a outubro de 2015, data em que a temperatura chegou a 37,7ºC. 

Às elevadas temperaturas em Belo Horizonte somam-se baixos índices de umidade do ar, que deverá atingir 10% na tarde desta terça-feira (29). Esta porcentagem é extremamente característica de regiões áridas do planeta como o deserto do Saara, o mais quente do mundo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda estado de atenção logo que a umidade atinge porcentagem menor que 30%, e abaixo de 10% considera-se estado de perigo e risco à saúde.

O calor e o tempo seco são, de acordo com o meteorologista Cléber Souza, uma combinação entre a massa de ar continental que atua sobre a região Central do Brasil e a entrada da primavera. “Nós sabemos que a transição de uma estação para a outra, principalmente o início da primavera, traz recordes de calor. Isto porque saímos do inverno que é um período muito seco e sem cobertura de nuvens e entramos na Primavera, período em que o sol é mais intenso. É por isso que as temperaturas sobem tanto”, detalha.

Um exemplo é que logo na manhã desta terça-feira os termômetros já marcavam temperaturas próximas de 24ºC como na estação meteorológica da Pampulha. “Não há alívio em Belo Horizonte. A umidade do ar está muito baixo e respiramos um ar péssimo, fruto da poluição provocada pelos carros e de queimadas que ocorrem próximas da capital. Estes dois acontecimentos provocam a formação da névoa seca, aspecto de fumaça, que nós podemos constatar no início da manhã e no pôr-do-sol. O alaranjado que vemos no pôr-do-sol é a poluição perto da superfície”, esclarece o meteorologista do Inmet.

A tendência é que, hoje, a máxima permaneça em torno de 37ºC, mas para esta quarta-feira (30) é esperada uma ligeira queda com temperatura máxima de 35ºC. “Teremos a aproximação de uma frente fria pelo continente, a aproximação de toda frente fria favorece a elevação das temperaturas e por isso provavelmente teremos recorde de calor entre sexta-feira e sábado. Essas frentes que chegam pelo Estado não têm sido suficientes para quebrar a massa de ar continental que atua no país”, esclarece. Segundo Cléber Souza, poderá chuviscar em Belo Horizonte no domingo (4) em face da chegada da frente fria, mas o calor perdurará.

Fonte: O Tempo

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