O advogado Cezar Bittencourt, admitiu nesta sexta-feira (22) que o tenente-coronel do Exército Mauro Cid confessou ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes que Jair Bolsonaro sabia da tentativa de golpe investigada pela Polícia Federal. A declaração foi dada pelo jurista em entrevista à Globonews.

“Confirmou sim. Na verdade, o Cid tem uma linha de pensamento, a verdade dos fatos. Não tem interesse nenhum que não seja responder o que a Justiça está pedindo. Ele participou como assessor, verificou e indicou, inclusive, ao seu chefe [o então presidente Jair Bolsonaro] , que teria a liderança desses fatos”, confirmou Bittencourt.

Ele também admitiu que, de acordo com seu cliente, Bolsonaro também tinha conhecimento do plano de morte do então presidente eleito em 2022, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice Geraldo Alckmin (PSD) e do ministro Alexandre de Moraes.

“[Cid] Confirma que [Bolsonaro] sabia, sim. Na verdade, o presidente sabia tudo. Ele comandava essa organização, tanto que acabou sendo denunciado, como a gente viu pela denúncia do Ministério Público, por esses fatos”, continuou.

Segundo o advogado, Cid era um assessor que participava de reuniões e despachos diretos com Bolsonaro e teria informado ao ministro do STF o tipo de infração cometida pelo ex-presidente. “[O depoimento de Cid a Moraes] Ontem foi apenas o coroamento desses fatos””, afirmou.

Após falha técnica, advogado sai do ar e volta atrás em declaração

A entrevista, no entanto, teve um problema técnico e ficou interrompida por alguns minutos. Na retomada, no entanto, Cezar Bittencourt aparenta arrependimento sobre o que disse e nega que tenha afirmado que Bolsonaro sabia “de tudo”.

“Eu queria retificar. Eu não disse que o Bolsonaro sabia ‘de tudo’. Até porque, o tudo é muita coisa, né?! Alguma coisa ele tinha, evidentemente, conhecimento. Mas o que é o plano? O plano tinha um desenvolvimento muito grande”, recuou.

Bittencourt tenta, por diversas vezes, a partir de então, encerrar a entrevista, demonstrando um certo desconforto. Ele é questionado se estava sofrendo algum tipo de pressão ou ameaças pelo que declarou, ao que disse estar em casa, em segurança.

Fonte: O Tempo

 

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