Bombeiros localizaram o corpo de um homem na área do deslizamento de terra nas imediações da rodoviária de Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais, no fim da manhã desta terça-feira (3). De acordo com a corporação, o peso da terra e dos escombros impede a retirada. O homem era taxista e foi localizado já sem vida, segundo os bombeiros.
Buscas são feitas por outro taxista, mas, segundo os bombeiros, a chance de vida é remota. Os dois estavam dentro da rodoviária, quando a laje foi atingida pelo desmoronamento de um barranco e desabou. A encosta desmoronou por causa da chuva que atinge o município. Os bombeiros disseram que os motoristas estavam dentro dos táxis, estacionados na entrada principal do terminal, aguardando por passageiros.

Uma retroescavadeira está fazendo a remoção dos escombros. Um equipamento capaz de levantar 40 toneladas foi usado, mas sem sucesso. Cerca de 150 moradores foram alertados a deixar os imóveis que ficam perto da queda da ribanceira. A rua Padre Rolim, que dá acesso à rodoviária, está interditada nos dois sentidos e não há previsão para liberá-la.
Os ônibus de viagem têm embarque e desembarque no Terminal de Informações Turísticas, no bairro São Cristóvão, na entrada da cidade. A assessoria de imprensa da Prefeitura de Ouro Preto informou que as chegadas e partidas estão com atraso por causa dos desvios que precisam ser feitos nas estradas.
De acordo com a assessoria, o município declarou situação de emergência na sexta-feira (30) e há 400 pessoas desabrigadas e/ou desalojadas. O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil retiraram 40 famílias que viviam em áreas de risco. Ainda segundo a administração municipal, a cidade apresenta mais de 110 pontos que estão em perigo de desmoronamento.
Mortes confirmadas
Até esta segunda-feira (2), o balanço da Defesa Civil estadual informava que quatro pessoas morreram por causa da chuva desde o mês de outubro de 2011, em Minas Gerais. Segundo o órgão, uma mulher de 78 anos morreu soterrada em casa, nesta segunda-feira (2), após o deslizamento de uma encosta em Visconde do Rio Branco, na Zona da Mata mineira.
A terceira morte também aconteceu nesta segunda-feira, em Belo Horizonte. Um homem morreu após o desabamento de um prédio no bairro Caiçara, na Região Noroeste da capital mineira. Os outros dois óbitos foram um homem, que morreu em outubro na cidade de Reduto, na Zona da Mata, e uma mulher morta em novembro, em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce.De acordo com a Defesa Civil, uma mulher de 74 anos segue desaparecida em Santo Antônio do Rio Abaixo, na Região Central do estado. Ela morava às margens de um córrego que transbordou. O Corpo de Bombeiros faz buscas pelo corpo que poder ter sido levado pela correnteza.
Emergência
Seis cidades entraram na lista das cidades em situação de emergência nesta terça, totalizando 52 municípios. Itabirito sofreu com inundações causadas pelo transbordamento do rio de mesmo nome da cidade, atingindo a área central e os bairros São Geraldo e Lourdes. Brumadinho também está na mesma situação. O transbordamento do Rio Paraopeba atingiu várias localidades do município.
Em Raul Soares, o transbordamento dos rios Santana e Matipó e do córrego de Ubá, que cortam o município, bem como o grande volume de precipitações ocorridas nos últimos dias, deixou estragos e prejuízos na cidade. Em Congonhas, a chuva contribuiu para elevação dos níveis dos rios Maranhão e Santo Antônio, que transbordaram e ocasionaram inundações em grande parte do município.
Em Cipotânea, o rio que corta a cidade transbordou, inundando grande parte do município. Houove deslizamentos que impedem o trânsito em algumas vias. O última cidade a decretar situação de emergência é Guiricema, por conta da elevação do nível do Rio Bagres, que transbordou atingindo as áreas urbana e rural, deixando residências e estradas rurais danificadas e prejudicando o tráfego de pessoas e veículos.
No total, 108 municípios foram atingidos pelas tempestades durante o período, afetando 2,1 milhões de pessoas. Destas, 9.365 pessoas estão desalojadas e outras 404 estão desabrigadas.

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