Não foi com futebol vistoso, mas o Botafogo fez o seu papel ao vencer por 4 a 0 o Atlético-MG, nesta quarta-feira, pela 14ª rodada do Campeonato Brasileiro. Com o resultado, o time carioca chegou aos 18 pontos, se afastando ainda mais da parte de baixo da tabela. O Galo permanece com 15, entrando na zona de rebaixamento.
Esta foi a terceira das seis partidas entre as duas equipes em 2008. O Botafogo, que não perde para o Atlético desde 2001, leva vantagem nos confrontos deste ano, com duas vitórias e um empate. Haverá ainda um outro confronto pelo Brasileiro, em Belo Horizonte, e outros dois pela Copa Sul-Americana.

Pênalti relâmpago
Quem chegou um pouco atrasado ao estádio não viu. Aos 25 segundos de jogo César Prates empurrou Wellington Paulista na área. O árbitro Leonardo Gaciba não hesitou e marcou pênalti. Lucio Flavio cobrou a um minuto e abriu o placar. Foi o 17º gol do capitão na temporada, e o 14º convertendo penalidade máxima.
Passado o baque inicial, o Atlético se arrumou em campo e passou a oferecer perigo ao Botafogo. A equipe mineira pressionava a saída de bola adversária e deixava a defesa do Alvinegro carioca confusa, obrigada a dar chutões para a frente. Aos 9, Gedeon recebeu livre em posição legal, enquanto a zaga carioca pedia impedimento, chutou em cima de Castillo e fez o gol no rebote. O árbitro Leonardo Gaciba parou a jogada e salvou o Bota.
No Botafogo, tudo era mais na base do improviso. A equipe criava quase que exclusivamente se apoiando em jogadas individuais e lançamentos longos. Não se via o rápido toque de bola e as descidas pelas laterais, como nas últimas partidas. Com a marcação facilitada, o Atlético aproveitava para usar a velocidade nos contra-ataques, mas pecava nas conclusões.
O único lance de real perigo do Botafogo aconteceu apenas aos 27 minutos. Andre Luis fez lançamento longo para Carlos Alberto, que avançou em velocidade e chutou. O goleiro Edson falhou na defesa, e a bola ia entrando, mas o zagueiro Vinícius chegou para tirar quase em cima da linha.
O Atlético respondeu aos 33 numa chance muito clara. Gedeon foi lançado e recebeu livre de marcação. Frente a frente com Castillo, o volante tentou encobrir o goleiro, mas chutou muito mal, e a bola foi para fora. Enquanto isso, o Botafogo continuava a falhar nas conclusões, apesar de ter criado mais chances de gol até o fim do primeiro tempo.

Segundo tempo
As duas substituições feitas por Ney Franco no intervalo mostraram que o treinador não estava acomodado com a vitória parcial do Botafogo. Jorge Henrique entrou no lugar de Thiaguinho, que já havia recebido um cartão amarelo e sentia dor na perna esquerda. Zé Carlos, foi substituído por Gil, que passou a atuar mais centralizado no ataque. Túlio foi deslocado para a ala direita.
O Galo insistia a pressionar a saída de bola do Botafogo, mas não criava jogadas, e sim aproveitava-se dos erros cometidos pela defesa adversária. No entanto, a reação do Atlético ficou mais difícil a partir dos 14 minutos, quando César Prates foi expulso ao puxar pela camisa Wellington Paulista, que ia em direção ao gol. A falta aconteceu bem perto da grande área.
Apesar de ter um jogador a mais, o Botafogo atuava de forma muito recuada, deixando Wellington Paulista isolado na frente. Mas apesar da dificuldade em criar jogadas, o Alvinegro chegou ao segundo gol aos 24 minutos. A zaga do Atlético rebateu uma bola
para trás e ela parou nos pés de Triguinho dentro da área. O lateral teve tranqüilidade para matar no peito e chutar na saída de Edson. Na comemoração, os jogadores cantaram parabéns para o técnico Ney Franco, que completou 42 anos na última terça-feira.
Após o gol o Botafogo passou a valorizar ainda mais a posse de bola. Embalado pelo grito de olé da torcida, o Alvinegro trocou passes até Leandro Guerreiro achar Wellington Paulista livre, mas o atacante chutou mal, e a bola parou nas mãos de Edson. Nesta altura da partida o Atlético já demonstrava nervosismo e teve mais um jogador expulso aos 36 minutos, quando Yuri cometeu falta violenta em Túlio e foi expulso.
Mesmo com o jogo controlado o Botafogo continuou atacando, e a insistência foi premiada. Aos 42 minutos, Edson chutou para a frente e a bola ficou com Carlos Alberto, que dominou mal, mas acreditou no lance. Ele dividiu com o zagueiro e ficou frente a frente com o goleiro, driblou e ampliou a vantagem. Ainda houve tempo para Gil deixar o seu aos 44 minutos, depois de receber um lançamento e dar um belo toque por cobertura.

COMPATILHAR: