O Brasil começou de forma empolgante a fase final da Liga Mundial de 2008, com uma vitória importante sobre a Rússia por 3 sets a 0 (25/23, 25/18 e 25/15), em 1h18m, assumindo a liderança do Grupo.
A vitória dá tranqüilidade para o Brasil folgar na quinta-feira, quando a Rússia enfrenta o Japão às 10h (de Brasília), também pelo Grupo E. Os brasileiros voltam à quadra na proxima sexta-feira, também às 10h, contra o Japão. Os dois melhores classificados entre os três times que compõem o grupo E avançam às semifinais.
O time do técnico Bernardinho começou a partida com a formação que iniciou as partidas, sem Rodrigão e com André Heller no meio-de-rede. Os russos, com um time muito alto, surpreenderam o Brasil pela boa atuação na defesa, que nunca foi uma característica do vôlei do país, que contava com o alto bloqueio para atrapalhar os ataques adversários. Os destaques do Brasil foram Giba e André Nascimento, e a capacidade de se adaptar ao jogo rival, tornando a partida mais fácil na medida em que o tempo passava.
Começo de jogo foi dramático para o Brasil
O primeiro set começou muito equilibrado, com as equipes trocando a liderança no placar seguidamente. O primeiro ponto da partida foi marcado por André Nascimento, com um bloqueio sobre Tetyukhin. Os russos devolveram na jogada seguinte, com Poltavskiy. Os dois times mostravam força no ataque, mas o Brasil mostrava força no bloqueio, conseguindo chegar ao primeiro tempo técnico em vantagem: 8 a 7. Com uma boa atuação de André Heller, tanto nas bolas de meio quanto no posicionamento de bloqueio, os campeões olímpicos e mundiais mantiveram o equilíbrio no ataque. Contando com muitos erros de saque da Rússia, o Brasil chegou ao segundo tempo técnico à frente: 16 a 15.
Na volta do tempo técnico, os russos fizeram três pontos seguidos, dois de ataque e um com um bloqueio sobre Giba, e abriram dois pontos no placar: 18 a 16. Os russos melhoraram o bloqueio e o saque a partir daí, e o Brasil não conseguia fazer a cobertura das bolas que paravam nas mãos dos gigantes europeus. Com a vantagem de 21 a 19 no placar, a Rússia parecia caminhar para a vitória no primeiro set, quando Giba, com dois saques fortíssimos, desequilibrou a até então excelente defesa adversária, empatando a partida em 22 a 22. A partir dese momento, o Brasil cresceu em quadra e conseguiu a virada (23 a 22), e, em uma bola de Dante explorando o bloqueio, conseguiu o primeiro set point da partida (24 a 23).
Após uma disputa eletrizante, o Brasil conseguiu fazer a defesa no ataque russo e, em um ataque de André Nascimento que bateu no bloqueio e caiu na quadra russa, o Brasil venceu o set por 25 a 23 em 26 minutos. O destaque do set foi a quantidade de erros de ataque dos russos (10) contra apenas três do Brasil.
Erros de ataque da Rússia ajudam o Brasil
A Rússia continuou forçando (e errando) muitos saques no segundo set. Mesmo assim, nos saques que iam em direção à quadra, o Brasil não conseguia boas recepções, o que fazia os ataques serem defensáveis pelos adversários. Com consistência no ataque, principalmente com Poltavskiy, a Rússia chegou ao primeiro tempo técnico em vantagem: 8 a 6. O Brasil, que não havia conseguido alcançar os russos até a ida de Giba para o saque no set, mudou o panorama do jogo com o melhor do mundo neste fundamento. Como no fim do primeiro set, o brasileiro desmontou a defesa russa e o time encostou no placar: 10 a 9.
Muito forte na defesa, que nunca foi sua característica, a Rússia dificultava o ataque brasileiro, mas também dava muitos pontos para o Brasil com os seguidos erros de ataque. Após três erros seguidos (dois ataques para fora e um toque na rede), permitindo que os brasileiros abrissem 14 a 11 no placar, os russos reclamaram muito do árbitro principal, forçando o técnico a pedir tempo para acalmar seus atletas. Com dois ataques de André Nascimento, o Brasil chegou a 16 a 12, indo para o segundo tempo técnico com quatro pontos de vantagem.
Na volta para a quadra, Bernardinho pôs Bruno e Samuel em quadra, fazendo suas primeiras alterações na partida. em seu primeiro ataque, Samuel levantou a torcida ao acertar, com uma cortada fortíssima, a cabeça do levantador Vadim. Os russos pareciam entregues em quadra, errando muito e facilitando o trabalho brasileiro. Com uma jogada inteligente de Giba, que explorou propositalmente o bloqueio russo para ele mesmo pegar a cobertura e explorar, desta vez com força, o bloqueio adversário, o Brasil chegou ao set point. Após um ponto do ataque russo, Mikhaylov sacou para fora, dando o ponto para o Brasil, que fechou o segundo set por 25 a 18, em 23 minutos.
Time se adapta ao estilo russo e torna o jogo fácil
A exemplo dos dois primeiros sets, o Brasil saiu atrás no placar no terceiro set, mas conseguiu virar o placar com ótima atuação dos atacantes brasileiros, principalmente Dante, que mostrou-se mais consistente que nos sets iniciais. Com muita concentração, e mostrando ter se adaptado ao jogo da Rússia ao longo da partida, o Brasil assumiu a liderança e chegou ao primeiro tempo técnico com um belo ataque de Dante, fazendo 8 a 5.
Com um excelente posicionamento defensivo, o Brasil praticamente anulou o forte ataque russo, e fez 12 a 7 com um bloqueio sensacional de Dante em Poltavskiy. Com tranqüilidade, o Brasil chegou a 16 a 10, indo para o segundo tempo técnico com a maior vantagem do jogo neste período do set.
Com muita facilidade, e contando com o desânimo russo, o Brasil não teve problemas para ampliar a vantagem no placar e fechar o set por 25 a 15 em apenas 21 minutos, vencendo a partida e fazendo a festa da torcida que compareceu em bom número ao Maracanãzinho.

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