Os senadores brasileiros estão em missão oficial nos Estados Unidos em busca de um acordo contra o tarifaço de 50% prometido por Donald Trump para o Brasil. A medida tem previsão de entrar em vigor no dia 1º de agosto, próxima sexta-feira.
No sábado (26), a comitiva fez a primeira reunião presencial em Washington.
Participaram da reunião os senadores Teresa Cristina (PP-MS), Nelsinho Trad (PSD-MS), Esperidião Amin (PP-SC), Marcos Pontes (PL-SP) e Fernando Farias (MDB-AL). A delegação será completada nesse domingo (27), com a chegada de Carlos Viana (Podemos-MG), Jaques Wagner (PT-BA) e Rogério Carvalho (PT-SE). A missão foi aprovada por unanimidade no Senado e é liderada por Trad, presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE).
O tarifaço é parte de uma nova política comercial do governo Trump, voltada a países classificados como concorrentes desleais. No caso do Brasil, foi mencionado um tema adicional, uma ‘caça às bruxas’ contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Consequências do tarifaço
Segundo técnicos do governo brasileiro, se a situação não for revertida e as tarifas prometidas sejam implementadas, é possível que quase 2 milhões de empregos sejam afetados. Alguns dos setores mais afetados serão agronegócio, siderurgia e indústria de transformação.
Uma pesquisa da UFMG indicou que, para Minas Gerais, o prejuízo ao PIB pode ser de R$ 1,66 bilhão, relativos à produção de café, carnes e mineração.
Em termos nacionais, a perda pode ser de até R$ 52 bilhões em vendas externas.
Conduta do governo federal
Na última semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se valeu de uma metáfora do jogo truco para falar sobre a postura de Trump.
Em discurso durante um evento na cidade de Minas Novas, no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, Lula afirmou que Trump está blefando. “Ele nos deu até o dia 1º. Se não dermos uma resposta, vai taxar nosso comércio em 50%. Contar uma coisa para vocês, não sou mineiro, mas eu sou bom de truco, se ele estiver trucando, vai tomar um seis. O Brasil está acostumado a negociar. Já tínhamos feito 10 reuniões com os EUA”, disse Lula.
Já o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tem defendido publicamente o boicote a autoridades brasileiras e tem feito reuniões com aliados do ex-presidente Donald Trump.
Eduardo, deixou o Brasil em fevereiro e não pretende retornar – apesar do mandato – declarou que qualquer diálogo internacional só deveria ocorrer após uma “anistia ampla, geral e irrestrita” aos investigados por tentativa de golpe de Estado – incluindo seu pai, Jair Bolsonaro, réu no STF.
Fonte: Itatiaia