No rotativo do cartão de crédito, o brasileiro paga juros 7,6 vezes maiores do que os cobrados em países vizinhos na América Latina, afirma levantamento da associação de consumidores Proteste divulgado nesta terça-feira (17).
Apesar de a taxa básica de juros do país ter sido reduzida em 4,5 pontos percentuais em um ano, para 8% ao ano, a taxa média anual dos financiamentos por meio dos cartões no Brasil é de 323,14%. Ao mês, a taxa média apurada foi de 12,77%. Isso significa que, ao fim de ano, uma dívida inicial de R$ 100 no rotativo sobe para R$ 423.
De acordo com a Proteste, os juros cobrados no crédito rotativo são uma das causas do crescente endividamento dos brasileiros.
A segunda maior taxa cobrada nos sete países da região avaliados no estudo é a do Peru (55%). Depois vêm Chile (54,24%), Argentina (50%), México (33,8%), Venezuela (33%) e Colômbia (29,33%). A média dos vizinhos é de uma taxa anual de 42.54% – ou seja, a do Brasil é 7,6 vezes maior.
De acordo com a entidade, a Venezuela, por exemplo, possui uma taxa básica de juros da economia em 15,65% ao ano e inflação de 21,3%. Mesmo assim a taxa média do cartão de crédito é bem inferior à do Brasil, que atualmente está com a Selic em 8% ao ano e inflação acumulada em 12 meses de 4,9%. Isso só reforça o exagero das taxas de juros praticadas com cartões de crédito no Brasil, afirmou a Proteste.
Em comunicado, a Proteste destacou que não há diferença suficiente entre as taxas básicas de juros dos outros países para justificar a disparidade. ?As diferenças existentes entre os indicadores econômicos dos países relacionados não são significativas. Isto só reforça o exagero das taxas de juros praticadas com cartões de crédito no Brasil. Caso a média anual dessas taxas fosse a metade, ainda seria maior que o dobro do segundo colocado, que é o Peru, com taxa anual de 55%.

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