O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta quarta-feira (17) que o Instituto Butantan, vinculado ao governo estadual, deve entregar um lote com 3,4 milhões de doses da vacina CoronaVac para o governo federal na próxima terça-feira (23).

O anúncio foi feito em entrevista a jornalistas um dia depois da assinatura de um novo contrato entre o Instituto Butantan e o Ministério da Saúde para o fornecimento de 54 milhões de doses da Coronavac para todo o país.

“O Butantan vai entregar a partir da próxima terça-feira um total de 3,4 milhões de doses da vacina para o Ministério da Saúde. Uma média de 426 mil doses por dia. A nossa orientação é agilizar todos os processos para permitir que as vacinas cheguem o mais rapidamente para todos os brasileiros”, disse o governador João Doria nesta quarta.

O diretor do Butantan, Dimas Covas, afirmou que no dia 23 serão liberadas 426 mil doses e, em oito dias, chegam as 3,4 milhões de doses.

“Mas não paramos, isso é só a primeira entrega que é parte do contrato. Continuamos e espero não parar mais porque não temos mais problema de matéria-prima. Nós devemos escalar essa produção e a partir de abril possivelmente vamos dobrar essa produção”, disse.

As 54 milhões de doses se somam às 46 milhões já adquiridas pela pasta junto ao instituto, totalizando 100 milhões de doses da CoronaVac para o governo federal, que, segundo o contrato, devem ser entregues até setembro.

Segundo o Ministério da Saúde, o Butantan deve entregar 52 milhões de doses da CoronaVac para o governo federal até o final de abril. Antes, a previsão do governo federal era receber 46 milhões de doses até esta data.

Nessa terça-feira, o diretor do Butantan também afirmou que pretende aumentar a capacidade de envase para antecipar a entrega de todas as 100 milhões de doses até agosto.

“Com relação ao contrato adicional de 54 milhões de doses assinado com o Ministério da Saúde, no programa contratado a última entrega seria em setembro. Nós vamos fazer todo o esforço para adiantar a produção e essa entrega e esperamos que, no máximo em agosto, tenhamos a entrega total de 100 milhões de doses”, disse Dimas Covas.

Segundo o governador, o Butantan dobrou o número de funcionários que trabalham diariamente no envase da vacina de 150 para 300. Dimas Covas também prevê que a capacidade possa dobrar a partir de abril, quando uma fábrica que atualmente está sendo usada para a produção da vacina contra a gripe será destinada para o envase da CoronaVac.

Inclusão de novos grupos

A vacinação no país deve seguir o Plano Nacional de Imunização (PNI), que define quais pessoas devem ser vacinadas primeiro. No entanto, ainda não há doses suficientes no país para imunizar todas as 77 milhões de pessoas que fazem parte dos grupos considerados prioritários pelo Ministério da Saúde.

Os estados e municípios têm autonomia para definir seus calendários de vacinação, e várias cidades no país estão vacinando profissionais da saúde que não estão na linha de frente do combate à Covid-19, como biólogos, terapeutas e psicólogos.

Em São Paulo, 21 das 39 cidades da Região Metropolitana escolheram vacinar profissionais como veterinários, educadores físicos e nutricionistas de todas as idades antes de ampliar a vacinação para os idosos. Na capital, esses profissionais só podem ser vacinados a partir dos 60 anos.

A escassez da vacina fez com que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski determinasse no dia 8 de fevereiro que governo defina uma ordem de preferência, entre os grupos prioritários, para orientar a vacinação contra a Covid-19.

Segundo Lewandowski, não está claro qual desses grupos deveria ser atendido primeiro. A ideia é que o governo organize essas populações em uma lista de preferência, utilizando como critério o grau de risco da Covid-19 a cada grupo.

Pelo país, várias Prefeituras já começaram a suspender a vacinação por falta de imunizantes.

Em São Paulo, alguns municípios que ainda têm doses disponíveis decidiram antecipar a vacinação de idosos de 80 a 84 anos em relação ao calendário estadual. Em Diadema, esse público começou a receber as doses nessa terça-feira (16). Em Carapicuíba, a vacinação desta faixa etária começa nesta quarta-feira.

Já Guarulhos, Itapecerica da Serra e Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo, suspenderam a vacinação por falta de doses.

Novos lotes de vacina

O governo de São Paulo calcula que os municípios do estado receberam 2.644.660 doses de vacinas contra Covid-19 até o dia 16 de fevereiro, segundo o painel interativo Vacinômetro. A cidade de São Paulo é a que recebeu maior montante, com 883.286 doses.

Este número inclui doses da CoronaVac, desenvolvidas pelo Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, e também da vacina de Oxford/AstraZeneca, fabricadas na Índia e importadas pela Fiocruz.

O painel do Ministério da Saúde, no entanto, calcula que o estado de São Paulo recebeu um número menor: foram 2.108.548 doses de vacinas contra Covid-19, entre lotes da CoronaVac e da vacina de Oxford/AstraZeneca, segundo a pasta.

Fonte: G1

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