Os caminhoneiros, que chegaram a interditar algumas rodovias nesta quarta-feira (3), liberaram as estradas no fim da manhã. Uma liminar da Justiça, que foi concedida na terça-feira (2), autorizou a Polícia Rodoviária Federal (PRF) a intervir e impedir que a manifestação dos caminhoneiros fechassem as estradas federais que cortam Minas.
De acordo com a liminar, as rodovias interditadas deveriam ser liberadas até às 9h desta quarta. Caso a decisão fosse descumprida, a categoria deveria pagar R$ 100 mil para cada hora de interdição. Segundo o inspetor Aristides Junior da PRF, as filas nos acostamentos também foram proibidas. A PRF não informou se os responsáveis pelo movimento serão multados.
De acordo com a PRF, a BR-381 foi bloqueada para veículos de carga em Igarapé (KM 513), na região metropolitana de Belo Horizonte, em Carmópolis de Minas (KM 589) e Santo Antônio do Amparo (KM 636), na região Centro-Oeste do Estado, e Oliveira (KM 617), no Vale do Rio Doce. O tráfego foi completamente liberado por volta das 11h.
A BR-040 foi interditada nas cidades de Cristiano Otoni, na região Central de Minas, em Congonhas, na mesma região, e em Matias Barbosa, na Zona da Mata.
Caminhoneiros também fecharam duas pistas do KM 5 da BR-356, em Belo Horizonte e Nova Lima, no sentido Rio de Janeiro, segundo a Polícia Militar Rodoviária (PMRv). O ato gerou retenção no Anel Rodoviário. O grupo colocou fogo em objetos. Um dos líderes do movimento, Vilmar Antônio Ferreira, afirmou que a categoria deseja mais segurança e fiscalização nas estradas e uma jornada menor de trabalho. A fila de caminhões chegou a 12 quilômetros.
Às 10h53, a BR-356 começou a ser totalmente liberada após negociação entre os caminhoneiros, PMRv e representantes do Dnit e ANTT. A polícia não informou o que ficou acordado.
Reivindicações
Os caminhoneiros pedem subsídios para baratear o óleo diesel e isenção para caminhões do pagamento de pedágios em todas as rodovias, o que, de acordo com eles, reduziria o custo com frete e, como reflexo, iria baratear o preço dos produtos em geral. Eles querem ainda a criação da Secretaria do Transporte Rodoviário de Cargas, vinculada diretamente à Presidência da República, nos mesmos das atuais Secretarias dos Trabalhadores e das Micro e Pequenas Empresas.
Outra reivindicação é a alteração na lei 12.619 que estabelece 11 horas de descanso ininterruptas. A categoria reivindica apenas oito horas seguidas de pausa. A categoria também quer discutir questões como soluções a atuação de transportadores ilegais. Nélio Botelho diz que haverá adesão em massa da categoria, já que o movimento foi aprovado por unanimidade nas assembleias realizadas.
A ideia da categoria é parar o Brasil, sem a realização das viagens e abastecimento de alimentos e combustível, até que eles consigam iniciar a negociação com o Governo Federal.

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