Nas eleições deste ano, candidatos a prefeitos, vices e vereadores em Minas Gerais ostentam juntos uma fortuna de R$ 191,7 milhões em dinheiro vivo declarados à Justiça Eleitoral. Toda essa quantia guardada “debaixo do colchão” pertence a apenas 11.093 dos 81.242 aspirantes mineiros a um cargo público.

O montante em espécie representa 1,3% do patrimônio total declarado pelos postulantes a uma cadeira no Legislativo ou no Executivo. O levantamento foi realizado pelo jornal O Tempo com base nos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

As informações foram coletadas e analisadas na sexta-feira (16) e estão sujeitas a atualizações. Os números podem até ser maiores pois, apesar de obrigatórias, apenas 55.373 declarações (68% das candidaturas) haviam sido registradas no TSE até então.

Os valores superam os R$ 500 mil em espécie nas declarações de 25 candidatos mineiros. Desses, cinco concorrentes informaram guardar mais de R$ 1 milhão em dinheiro. Eles não precisam explicar como mantêm quantias tão volumosas, apenas registram que possuem as cifras em “mãos”, “espécie”, “cédulas” ou “vivo”, por exemplo.

A maior cifra guardada “no cofre” é a de Elaine Fernandes (Podemos), candidata a vereadora em Três Corações, no Sul de Minas. Segundo o TSE, ela declarou ter sob os seus cuidados R$ 4,5 milhões. Esse foi, inclusive, o total em bens registrado por ela.

Logo depois no ranking está Carlos Alberto (PSD), que tenta a reeleição para prefeito em Arinos, no Noroeste do Estado. Ele registrou ter R$ 1,2 milhão em espécie para aquisição de bens e imóveis. O montante representa 31% do total do patrimônio dele (R$ 3,8 milhões), que inclui terrenos, veículos e conta bancária, entre outros.

Já Grego (PSD), candidato à reeleição para a Prefeitura de Muriaé, na Zona da Mata, registrou R$ 1,1 milhão em cédulas. Isso representa cerca de um quarto do patrimônio total dele, de R$ 4 milhões.

Grego declarou que o registro de bens dele é o espelho do que foi declarado à Receita Federal em 2019, mas que isso não quer dizer que ele ainda possua a quantia.

“Na minha declaração do ano que vem, certamente não terá mais isso. Na época, algum acúmulo aconteceu, que teve espécie e não poderia sonegar. Já foram dez meses desde então, e não existe mais todo esse dinheiro em espécie, já foi investido. Mas eu não iria omitir isso, sonegar”, explicou Grego.

Cofrinho

Ainda de acordo com o levantamento, os que declaram as menores quantias guardadas em espécie foram os candidatos a vereador Gilmar Reis (PL), em São José do Mantimento, Antônio Nogueira (PDT), em Faria Lemos, e Dr. Célio Antunes (Cidadania), em Belo Horizonte. Eles fizeram questão de declarar 11, 18 e 62 centavos em dinheiro vivo, respectivamente.

Belo Horizonte

Na capital mineira, 113 concorrentes disseram à Justiça Eleitoral possuir “debaixo do colchão” uma soma de R$ 2,6 milhões. Estão no topo do ranking nomes que tentam uma cadeira na Câmara Municipal: Mestre Lim (PV), com R$ 355 mil; José Henrique (Novo), com R$ 240 mil; e Wanderley Porto (Patriota), que declarou ter em espécie R$ 156 mil. 

Logo em seguida aparecem candidatos a vereador que tentam a reeleição. São eles: Pedrão do Depósito (Cidadania), que registrou ter R$ 150 mil em dinheiro vivo, Catatau do Povo e Autair Gomes (ambos do PSD), com R$ 110 mil nos cofres, cada.

Em relação a candidatos a prefeito em Belo Horizonte, somente os integrantes da chapa do Solidariedade: Professor Wendel Mesquita e a vice, Sandra Bini, aparecem na lista dos que ainda guardam dinheiro no cofre. São R$ 32,6 mil e R$ 12,8 mil, respectivamente.

Fonte: O Tempo Online

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