Um estudo sobre a segurança dos cânions está previsto para começar na próxima segunda-feira (7) em Capitólio. O prefeito Cristiano Geraldo da Silva (PP) explicou ao portal g1 que o trabalho faz parte do plano de ação “Reviva Capitólio – Viva o Mar de Minas”, previsto para ser lançado na terça-feira (8), quando completa um mês da tragédia.

“No primeiro momento será feito o estudo nos cânions e depois abrangendo os demais pontos turísticos dentro do lago. O objetivo deste diagnóstico é um mapeamento de risco e a melhoria no planejamento e adequação das normas do turismo, principalmente, o turismo náutico da região”, afirmou o prefeito.

Um dos cânions atingiu 4 embarcações, com pelo menos 34 pessoas. Na ocasião, 10 banhistas que estavam na lancha de nome “Jesus” morreram e 20 que estavam em outras embarcações ficaram feridas. Um vídeo mostra o momento em que um dos cânions atinge as lanchas.

‘Reviva Capitólio – Viva o Mar de Minas’

De acordo com Cristiano, desde o dia em que ocorreu a tragédia as prefeituras da região, Secretaria Estadual do Turismo, Associações Turísticas, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Polícia Militar (PM) e outros órgãos se uniram e criaram o plano de ação “Reviva Capitólio – Viva o Mar de Minas”.

O programa tem diversas frentes de trabalho e visa fomentar a segurança do turismo não só em Capitólio, mas em toda a região náutica. Outros detalhes serão informados durante o lançamento do programa na terça-feira (8).

Um mês da tragédia; o que se sabe

No dia 8 de janeiro um paredão de pedra se desprendeu dos cânions e atingiu embarcações que passeavam nas proximidades do local conhecido como “espelho” no Lago de Furnas. O acidente resultou na morte de 10 pessoas e outras 20 sofreram ferimentos.

As pessoas que morreram são:

  • Julio Borges Antunes, 68 anos, natural de Alpinópolis (MG). Sepultado em São José da Barra.
  • Maycon Douglas de Osti, 24 anos, nascido em Campinas. Sepultado em Sumaré
  • Camila da Silva Machado, 18 anos, nascida em Paulínia. Sepultada em Sumaré.
  • Sebastião Teixeira da Silva, 64 anos, natural de Anhumas. Sepultado em Serrania.
  • Marlene Augusta Teixeira da Silva, 57 anos, natural de Itaú de Minas. Sepultada em Serrania.
  • Geovany Teixeira da Silva, 37 anos, natural de Itaú de Minas. Sepultado em Serrania.
  • Geovany Gabriel Oliveira da Silva, 14 anos, natural de Alfenas. Sepultado em Serrania.
  • Thiago Teixeira da Silva Nascimento, 35 anos, nascido em Passos. Sepultado em São José da Barra.
  • Rodrigo Alves dos Anjos, 40 anos, nascido em Betim (MG). Ele era o piloto da lancha.
  • Carmem Pinheiro da Silva, de 43 anos, natural de Cajamar (SP).

Marlene e Sebastião eram casados. Eles eram pais de Geovany Teixeira, que era pai de Geovany Gabriel. Carmem era esposa de Geovany Teixeira e mãe de Camila. Esta última era namorada de Maycon. Julio era amigo da família.

Investigação MP e Polícia Civil

Após o acidente a Polícia Civil instaurou inquérito para apurar a queda do paredão. Dentro do curso das investigações, uma equipe de peritos da Polícia Civil, especialistas em geologia e um perito da Polícia Federal, estiveram na cidade no dia 15 de janeiro.

No dia 17 de janeiro, as embarcações envolvidas no acidente passaram por perícia. Na ocasião, a Polícia Civil contou que 20 pessoas já haviam sido ouvidas. Nesta sexta-feira (4), o g1 entrou em contato com a Polícia Civil para saber o resultado da perícia e andamento das investigações. Até a última atualização a reportagem não obteve retorno.

Em entrevista anterior ao g1, o delegado que preside as investigações, Marcos Pimenta, afirmou que os trabalhos de apuração serão pautados na ciência e, por isso, polícia tem buscado apoio de especialistas.

“O foco agora não é procurar culpados e, sim, respostas para que se evite, se for possível, que outras placas caiam”, disse. Ele afirmou que será investigado se houve alguma ação que provocou a aceleração da ruptura da rocha e, caso isso tenha ocorrido, ao fim do inquérito haverá indiciamento. Mas, para Pimenta, é cedo para apontar eventuais responsabilidades”, explicou.

Paralelo aos trabalhos da Polícia Civil, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) também abriu um inquérito sobre a queda do paredão. O MP quer apurar se havia sinalização no lugar do acidente e mapeamento e fiscalização nas áreas de risco. O trabalho segue em andamento.

Fonte: G1

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