A carga horária de trabalho no Brasil registrou uma redução de 10,7% entre 1988 e 2007, anunciou nesta quarta-feira (29) o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Estudo sobre a evolução da jornada de trabalho mostra que desde a reforma da Constituição Federal, há 21 anos, quando a carga horária máxima foi reduzida de 48 para 44 horas semanais, o tempo gasto pelos brasileiros no serviço vem sofrendo uma redução progressiva.
O levantamento do Ipea usou como base números da Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílios (PNAD), entre os anos de 1988 e 2007. Em 1988, ano em que a Constituição brasileira foi editada, a maioria dos brasileiros empregados formalmente trabalhava em média 44,1 horas por semana. Em 2007, a média semanal de trabalho caiu para 39,4 horas.
Regiões
A Região Sudeste foi a que registrou a maior carga horária de trabalho em 2007, com média de 41 horas semanais. Na sequência, vêm o Centro-Oeste (40,5) e o Sul (39,9). Já as menores médias de horas trabalhadas são verificadas no Nordeste (36,7) e no Norte (38,2).
Entre os estados, São Paulo é onde os trabalhadores passam mais tempo em serviço. Em 2007, a média foi de 41,9 horas de trabalho por semana. Em segundo lugar, apareceu Santa Catarina (41,1), seguida por Goiás (41 horas) e Distrito Federal (40,8 horas). Na outra ponta da lista estão o Piauí, onde a média de horas trabalhadas é de 31,1 horas, Maranhão (35,1) e Acre (35,8).
No período de 1988 a 2007, a maior redução na carga de trabalho ocorreu em Rondônia, onde a média caiu de 46,8 horas trabalhadas para 36,6, o que significa queda de 21,7%. Por outro lado, o estado com a menor redução nas horas semanais médias de trabalho é o Amapá, com diminuição de apenas 3,2%. Em 1988, os amapaenses trabalhavam em média 42 horas por semana, enquanto em 2007, a carga verificada era de 40,7 horas.
Sexo e cor
Segundo o Ipea, a redução da jornada não se deu de forma homogênea. O levantamento, com dados de 2007, mostra que a carga horária de trabalho das mulheres (35,1 horas) é 17,6% menor do que a dos homens (42,6 horas).

A pesquisa mostra ainda que os trabalhadores pardos são os que passam mais tempo em serviço (41 horas), seguidos pelos negros (40,1). Os dados do Ipea mostram que os trabalhadores de cor/raça amarela passavam menos tempo no trabalho em 2007 – 35,8 horas.
A faixa etária e a escolaridade também influenciam na jornada de trabalho, segundo o levantamento. Os trabalhadores entre 24 e 40 são os que passam mais tempo em serviço: 41,1 horas semanais. Já os ocupados com mais de 55 anos possuem a menor jornada semanal média de trabalho, com 35,4 horas.

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