O município de Carmo da Mata registrou o primeiro caso de dengue com sinais de alarme em 2020. A informação foi divulgada no boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) nessa terça-feira (11).

No Centro-Oeste, um caso da doença com sinais de alarme foi confirmado em Nova Serrana e um em Santo Antônio do Monte. Entretanto, no boletim desta terça, Santo Antônio do Monte aparece com dois casos da doença.

Taxa de incidência

No levantamento divulgado na semana passada, São José da Varginha ocupava a 6ª colocação entre as cidades do estado com mais casos prováveis de dengue registrados em 2020.

Contudo, no informe desta terça, o município subiu uma posição e está em 5º lugar com 105 casos. É a única cidade da região Centro-Oeste com a taxa de incidência alta da doença até o momento.

A taxa de incidência considera não apenas o número absoluto de casos prováveis (entre suspeitos e sob investigação), mas também a proporcionalidade dos casos em relação ao tamanho da população de um determinado município. São José de Varginha está com a taxa de 2131,1, com uma população de 4.927, conforme a SES-MG.

Casos na região

Formiga, Pará de Minas, Santo Antônio do Monte e Bom Despacho também aparecem na lista de cidades com mais casos prováveis de dengue. Na segunda-feira (10), a Prefeitura de Formiga decretou situação de emergência na saúde por causa do alto índice de infestação do Aedes aegypti. O Executivo afirma que a cidade está com 191 notificações da doença, com base em registros de janeiro a 1º de fevereiro deste ano.

O Levantamento Rápido de Índices para Aedes Aegypti (LIRAa), realizado no mês passado na cidade, apontou um índice de infestação de 6,8%. Para o Ministério da Saúde, o resultado indica risco de surto da doença.

Casos de dengue na região em 2020

Cidade Casos
Aguanil 2
Araújos 5
Arcos 6
Bambuí 3
Bom Despacho 59
Campo Belo 401
Cana Verde 1
Candeias 6
Carmo da Mata 5
Carmópolis de Minas 2
Cláudio 3
Conceição do Pará 3
Córrego Danta 1
Cristais 3
Divinópolis 23
Dores do Indaiá 4
Estrela do Indaiá 2
Formiga 189
Igaratinga 3
Iguatama 13
Itaguara 1
Itapecerica 3
Itatiaiuçu 3
Itaúna 4
Japaraíba 2
Lagoa da Prata 24
Luz 4
Martinho Campos 12
Nova Serrana 12
Oliveira 6
Onça de Pitangui 1
Pará de Minas 228
Passa Tempo 3
Pedra do Indaiá 2
Perdigão 10
Pimenta 5
Pitangui 3
Santana do Jacaré 4
Santo Antônio do Amparo 5
Santo Antônio do Monte 55
São Gonçalo do Pará 2
São José da Varginha 125
São Sebastião do Oeste 2

Fonte: SES-MG

Diferenças entre dengue com sinais de alarme e dengue grave

A SES-MG explicou, através de nota, que as nomenclaturas seguem a conceituação da Organização Mundial de Saúde (OMS). Diante disso, os casos foram classificados como dengue, dengue com sinais de alarme e dengue grave.

Confira abaixo a nota da pasta na íntegra explicando as nomenclaturas.

Sendo assim, de acordo com definição da OMS, um caso suspeito de dengue com sinais de alarme é todo caso de dengue que, no período de defervescência da febre (declínio da febre) apresenta um ou mais dos seguintes sinais de alarme:

  • Dor abdominal intensa e contínua, ou dor a palpação do abdômen;
  • Vômitos persistentes;
  • Acumulação de líquidos (ascites, derrame pleural, pericárdico);
  • Sangramento de mucosas;
  • Letargia ou irritabilidade;
  • Hipotensão postural (lipotímia);
  • Hepatomegalia maior do que 2 cm;
  • Aumento progressivo do hematócrito.

Já um caso suspeito de dengue grave é todo caso de dengue que apresenta um ou mais dos seguintes resultados:

  • Choque devido ao extravasamento grave de plasma evidenciado por taquicardia, extremidades frias e tempo de enchimento capilar igual ou maior a três segundos, pulso débil ou indetectável, pressão diferencial convergente ≤ 20 mm Hg; hipotensão arterial em fase tardia, acumulação de líquidos com insuficiência respiratória;
  • Sangramento grave, segundo a avaliação do médico (exemplos: hematêmese, melena, metrorragia volumosa, sangramento do sistema nervoso central);
  • Comprometimento grave de órgãos tais como: dano hepático importante, sistema nervoso central (alteração da consciência), coração (miocardite) ou outros órgãos.

Este ano, foram registrados 9.895 casos prováveis de dengue até o momento, com 23 municípios com incidência muito alta, oito com alta incidência, 47 com média incidência, 357 com baixa incidência e 418 municípios sem registro de casos prováveis.

O estado está com 26 notificações de casos da doença com sinais de alarme e cinco de dengue grave. Seis óbitos permanecem em investigação, não há confirmação de morte por dengue este ano.

Chikungunya

Itaguara, Itaúna, Passa Tempo e Santo Antônio do Monte registraram casos prováveis de chikungunya. Passa Tempo está com três casos suspeitos, já as outras três cidades estão com um caso cada.

São 202 casos prováveis da doença, sendo três em gestantes, registrados no estado até o momento. Uma morte pela doença em 2019 continua em investigação, contudo não houve óbitos este ano em Minas Gerais.

Zika

Itaguara e Santo Antônio do Monte são as primeiras cidades do Centro-Oeste de Minas a registrarem casos prováveis de zika este ano, com uma notificação cada.

Já no estado são 84 casos registrados, sendo 12 em gestantes nos municípios de: Belo Horizonte (2), Governador Valadares (1), Itaguara (1), Ituiutaba (1), Lassance (1), Montes Claros (1), Passos (1), Resplendor (1), São Geraldo do Baixio (1), Uberaba (1) e Visconde do Rio Branco (1).

 

Fonte: G1 ||
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