Parentes, amigos e internautas desabafaram após a morte de Maria Eduarda, de 15 anos. Desde a última terça-feira (2), diversas pessoas acompanharam pelas redes sociais o desaparecimento da adolescente. O corpo dela foi encontrado pela Polícia Civil no domingo (7), e o autor confessou o crime depois de ter sido preso. Na manhã desta segunda (8), o delegado Luís Paulo de Oliveira disse que ele agiu com frieza.

Lorena Brito é madrinha de Maria Eduarda e prima da mãe da adolescente. De acordo com o portal G1, ela falou sobre a inocência da afilhada e a busca por justiça.

“A Maria Eduarda ficará para a história da nossa família, dos amigos, dos colegas de escola, de todas as pessoas que ela conviveu. Era uma menina que transmitia paz, amor, que a gente mesmo tinha que instruir sobre a maldade humana. Hoje, eu deixo o meu apelo ao Brasil, ao mundo, às autoridades: estou clamando por justiça pela minha afilhada e também por todas as mulheres do mundo que são vítimas de situações assim”, disse.

Comoção

Desde a notícia que o corpo de Maria Eduarda tinha sido encontrado no domingo, a hashtag #justicapormariaeduarda esteve nos trending topics do Twitter. Até a manhã desta segunda-feira, quase 33 mil pessoas falavam sobre o assunto na rede social.

Os comentários abordavam principalmente a violência contra a mulher, a desigualdade de gênero e feminicídio. O perfil Quebrando o Tabu destacou que “não importa onde, não importa a hora. Mulheres estão sempre em risco, pelo simples fato de serem mulheres”.

Outro perfil ressaltou que “não é a idade, não é a roupa, não é a hora, não é a forma como nos comportamos. Infelizmente somos todas sujeitas a esta situação, neste mundo, onde o feminicídio se torna crescente a cada dia. Luto por mais uma de nós”.

Em março deste ano, o Monitor da Violência, uma parceria entre o G1, o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apontou um aumento de 7,3% nos casos de feminicídio em 2019 em comparação com 2018. Na época, o dado apontava que eram 1.314 mulheres mortas pelo fato de serem mulheres – uma a cada 7 horas, em média.Professora de Literatura na Universidade Federal do Ceará, Lola Aronovich é uma das referências do movimento feminista no Brasil. Lola também compartilhou a indignação com a violência cometida contra Maria Eduarda.

A violência sofrida por Maria Eduarda numa cidade com menos de 70 mil habitantes é ainda mais frequente nas grandes cidades. No entanto, o diferencial do feminicídio em relação a outras violências é que ele acontece em qualquer lugar, não só nas áreas urbanas de grande densidade. E sempre que uma mulher ou uma menina de 15 anos é estuprada e/ou morta, surgem pessoas para duvidar da narrativa, para culpá-la, para julgar sua roupa, ou o horário, ou o local, ou para individualizar o assassino e/ou estuprador, como se fosse um caso isolado”, comentou a professora.

Em meio a tantas lembranças, Lorena não deixou de destacar que a luta por justiça pela morte da afilhada não pode parar.

“A Maria Eduarda se foi, a falta de maldade em Maria Eduarda foi tanta que hoje a gente encerra a história dela com apenas 15 anos, matando todos os sonhos, todas as vontades, todos os desejos da menina. Mas ficarão nesta terra mulheres inocentes, crianças, adolescentes como ela, adultas, somos mulheres, merecemos cuidados, merecemos respeito. E nós não podemos jamais nos calar ao que aconteceu em Formiga”, completou.

Fonte: G1

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