Cedro do Abaeté, na região Centro-Oeste do Estado, segue na contramão das estatísticas há sete meses, depois da confirmação do primeiro caso de Covid-19 no Brasil.
O município de pouco mais de mil habitantes nunca teve e não tem nenhum caso confirmado da doença. “É coisa de Deus”, justificou a secretária de Saúde, Cássia Maria dos Santos, que falou sobre as ações de prevenção nesta segunda-feira (26).
Segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), feito este ano, o município tem 1.157 habitantes. Cássia defende que ser um município pequeno não diz muito sobre o fato de não haver registros, já que nem a cidade menos populosa do país, Serra da Saudade, se viu livre do coronavírus.
A cidade não tem hospital e, para evitar o contágio, Cássia conta que as medidas sanitárias foram reforçadas. A começar pela contratação de médicos especialistas, que desde o início da pandemia, atendem na cidade para evitar o deslocamento da população. Antes, essas especialidades eram oferecidas em Abaeté, um município de pouco mais de 23 mil habitantes, que fica distante de Cedro apenas 35 quilômetros, por um trajeto feito pela BR-352.
“A Prefeitura deslocava com os moradores para Abaeté, que é a nossa referência, mas com a pandemia passamos a custear várias especialidades como neurologista, psiquiatra, urologista e também exames de ultrassom. Tudo isso para que os moradores não tenham que se deslocar e ficarem expostos aos riscos”, explicou.
Além disso, a Prefeitura também instalou barreiras sanitárias, que funcionam 24 horas por dia, nas entradas que dão acesso ao município. Nas tendas instaladas para proteger os agentes de saúde do sol, todos usam, diariamente, máscaras e equipamentos de proteção completos, como luvas, toucas e aventais.
Outro detalhe, é que a Prefeitura investe na testagem dos moradores, já que pode haver casos de visitas de parentes de outras cidades. O município ainda distribui gratuitamente máscaras de algodão a todos os habitantes, inclusive na zona rural.
Os agentes de saúde percorrem todo território entregando de porta em porta as máscaras de proteção. “Já fizemos essa ação mais de uma vez e se o morador quiser, ele pode buscar mais máscaras na Policlínica. Montamos uma mini fábrica para atender a todos com essa demanda”, contou a secretária de saúde.
As seis cidades sem registro de casos da doença no Brasil são: São Tomé das Letras, Cedro do Abaeté, Botumirim, Pedro Teixeira, Laranjal e Cerro Branco.
Fonte: G1