Nós não apresentamos proposta nenhuma, estamos acompanhando o processo de perto… Tivemos algum contato para entender (o processo), disse o diretor financeiro da Cemig, Luiz Fernando Rolla, em entrevista à Reuters, por telefone, nesta sexta-feira, acrescentando que ainda não obteve mais detalhes sobre o negócio.
Ao ser questionado sobre o interesse da Cemig na fatia da Iberdrola na Neoenergia, Rolla disse: Interesse, para quem está no setor, tem interesse em escala. O interesse é sempre alto, mas as condições (do negócio) são a condicionante para manifestar um interesse mais direto.
Ele disse ainda que a Cemig está interessada em crescer no segmento de distribuição de energia.
A Iberdrola possui 39 por cento de participação na Neoenergia, que controla as distribuidoras Cosern (RN), Coelba (BA) e Celpe (PE), além de deter participações nas hidrelétricas em construção Dardanelos, Teles Pires e Belo Monte, e estaria considerando a venda da sua participação.
No início de maio, a Iberdrola informou que está analisando alternativas estratégicas diferentes para o capital da Neoenergia. A espanhola disse ainda no início de maio que estava mudando sua estratégia de atuação e pretendia vender ativos, cortar investimentos e melhorar a eficiência em um esforço para reduzir a dívida.
Além de Cemig, a alemã E.ON e a chinesa State Grid estariam interessadas na fatia na Neoenergia, segundo duas fontes com conhecimento da negociação.
A E.ON informou por meio da assessoria de imprensa que é nossa política não comentar sobre especulações de mercado. A State Grid preferiu não se pronunciar sobre o tema, mas emitiu comunicado em 14 de maio no qual informou que estava reavaliando a sua intenção de adquirir a participação da Iberdrola na Neoenergia.
Um alto executivo de uma grande empresa do setor elétrico, que falou sob condição de anonimato, disse que as companhias brasileiras sequer foram convidadas a participar do processo.
Já uma outra fonte que acompanha as negociações no governo -sócio indireto da Neoenergia via Banco do Brasil- afirmou que o governo não teria preferência por nenhum comprador da participação da Iberdrola na Neoenergia, entre grupos nacionais e estrangeiros.
Essa fonte lembrou, porém, que a Previ, outra sócia da Neoenergia, e o BB teriam direito de preferência para a compra das ações da empresa, em caso de venda pela Iberdrola.
No Brasil, a Iberdrola também controla a distribuidora Elektro, na qual a CPFL Energia teria interesse, segundo o mercado e, em abril, a empresa apresentou à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) um pedido de anuência a um processo de reestruturação societária de empresas do grupo no Brasil, que incluiria a Elektro.
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