Finalmente, o Centro de Defesa à Vida Animal (Codevida) começou a funcionar na segunda-feira (19), depois de quase dois anos do término da obra para a construção do espaço. A inauguração oficial do local ainda não tem data marcada.
Inicialmente, quando estava ligado à Secretaria de Saúde, o local se chamava Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), mas a responsabilidade foi transferida para a Secretaria de Gestão Ambiental no final do ano passado, justamente para poder receber recursos provenientes de órgãos ligados à área de meio ambiente, como a Associação de Proteção Ambiental (Arpa II) de Divinópolis e o Ministério Público.
De acordo com a coordenadora do Codevida, Fernanda Pinheiro Lima, os funcionários já começaram a atender. Duas cadelas cada uma com seis filhotes já foram retiradas das ruas e levadas para o abrigo, para receberem o tratamento necessário. Também foi recolhido um cachorro bastante doente e talvez seja necessário aplicar a eutanásia.
Fernanda Lima disse que os cachorros em estado precário de saúde serão levados para o Codevida e receberão um tratamento para se recuperarem. Assim que estiverem saudáveis, eles serão castrados e receberão um chip de identificação na pele. Os animais que não apresentam qualquer enfermidade também passarão pelo mesmo procedimento e todos serão devolvidos para os lugares de onde foram recolhidos. Os cachorros doentes que não responderem aos medicamentos terão de ser eutanasiados.
O Codevida está localizado na Fazenda Municipal, próximo à avenida João Pimenta da Veiga. Cinco funcionários trabalham no local, que tem capacidade para abrigar até 80 cachorros.
A edificação foi construída em uma área de 285,30 metros quadrados, com recursos próprios da Prefeitura. O imóvel tem seis salas para canil, área administrativa com dois banheiros, duas salas, copa e recepção. Além disso, há uma sala para vacinas, sala de endemia, isolamento, sala de atendimento veterinário, três depósitos e uma área para apreender animais de grande porte, como cavalos.
Casos de leishmaniose
No início de fevereiro, a reportagem do Jornal Nova Imprensa e do portal Últimas Notícias divulgou casos crescentes de leishmaniose em Formiga, apesar de não haver ainda registros oficiais. Moradores assustados com a disseminação da doença procuraram à redação e relataram a triste situação pela qual passavam.
Na ocasião, a coordenadora do Codevida disse que os veterinários eram obrigados a notificar ocorrências de leishmaniose na cidade e que esse serviço não está sendo realizado.
A Secretaria de Saúde em Formiga não disponibiliza o exame sorológico gratuitamente, um teste em que é retirado sangue do animal para ser analisado. De acordo com Fernanda Lima, o serviço gratuito só ocorre depois de realizada uma avaliação rigorosa acerca da vida do cão, como a análise dos principais sintomas da leishmaniose e se o ambiente onde vive o animal é propício para a proliferação do mosquito transmissor da doença.
Fernanda Lima explicou que deveria ser implantado um programa de combate à doença como já ocorre na campanha contra a dengue. De acordo com ela, só depois de implantar o programa de combate à leishmaniose é que ações repressivas à doença serão tomadas, como a contratação de agentes de saúde para que seja feita uma vistoria em todas as casas do município, dentre outras medidas.
Procurada pela redação, a secretária de Saúde, Luiza Flora, disse que há 15 dias começaram a elaborar uma pesquisa de campo para saber qual é o tipo de mosquito transmissor da leishmaniose no município, para saber quais medidas serão tomadas para combatê-lo.
Segundo Luiza Flora, a pesquisa ainda está no início e conta com a ajuda de uma bióloga de Divinópolis. O próximo passo será distribuir armadilhas em vários pontos da cidade para tentar capturar o mosquito, para que o inseto seja analisado. Só depois desses procedimentos é que alguma ação de combate à leishmaniose poderá ser feita.

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