Durante a reunião da Câmara da última segunda-feira (26), o presidente Reginaldo Henrique dos Santos (Dr. Reginaldo/PCdoB), conversou com o secretário de Gestão Ambiental, Paulo Coelho sobre os prejuízos que o município vem acumulando com a linha férrea (Ferrovia Centro Atlântica – FCA) que hoje pertence à Companhia Vale do Rio Doce, uma das mais ricas do mundo.
O problema é que a linha férrea em Formiga tem 14 cruzamentos de nível, que exigem o emprego de dezenas de guariteiros, além de fiscais e chefes de turma o que, sem dúvida alguma, só onera o município. Segundo o secretário Paulo Coelho, são cerca de 60 guariteiros pagos com recursos da Prefeitura, sendo que o município não tem qualquer compensação por parte da ferrovia, pelo contrário, está até sofrendo multas trabalhistas.
Durante a reunião da Câmara, chegou-se a falar em uma medida radical de tirar os guariteiros e bloquear a passagem dos trens, colocando brita nos cruzamentos. Essa decisão foi tomada depois que a analista de Relações Institucionais da empresa, Raquel Fantoni Martins, desmarcou uma audiência que estava marcada para terça-feira (27).
Entretanto, uma nova reunião foi marcada e ocorreu nesta quinta-feira (29), quando o prefeito Aluísio Veloso/PT e o presidente da Câmara Municipal, Reginaldo Henrique dos Santos, em companhia do secretário de Gestão Ambiental, Paulo Coelho, estiveram em Belo Horizonte, na sede da Ferrovia Centro-Atlântica, com o coordenador de Relações Institucionais, José Oswaldo Cruz, e com a jornalista Raquel Fantoni Martins, analista de Relações Institucionais, para tratarem da desobrigação do município quanto ao fornecimento de guariteiros no trecho explorado pela ferrovia em Formiga.
A reunião deu sequência a tratativas iniciadas pelo vereador Mauro César/PMDB que, em conjunto com o deputado Antônio Andrade/PMDB, tentou obter da FCA alguma compensação para os gastos que o município tem mantido com relação a manutenção dos guariteiros, que hoje oneram a folha de paramento municipal.
Durante a reunião, o presidente da Câmara lembrou que não há como se justificar a onerosa despesa que o município tem em função de uma empresa privada, sendo que somente ela tem benefícios. Se antes havia a prática é porque a RFFSA era uma empresa federal, mas, hoje, isto não mais se justifica, disse o presidente.
O prefeito Aluísio Veloso e o secretário Paulo Coelho também expuseram seus pensamentos, defendendo os interesses do município, apoiaram a mesma linha de raciocínio esboçada pelo presidente da Câmara e enfatizaram ainda os problemas que o município tem sofrido no que tange às limitações legais, em especial quanto à contratação de pessoal para o cumprimento das obrigações municipais.
No encontro, Dr. Reginaldo chegou a citar a possibilidade de interdição da linha férrea e Paulo Coelho acenou com a possibilidade de impetrar ações judiciais para garantir a prevalência dos direitos do município, com o apoio do prefeito Aluísio Veloso. Entretanto, algumas propostas foram sugeridas pelos representantes da ferrovia e uma reunião com um número maior de dirigentes da empresa, hoje controlada pela Vale do Rio Doce, foi marcada para ocorrer em Formiga, no próximo dia 5
É óbvio que a questão é milindrosa, não podemos abrir mão de medidas de segurança em favor dos usuários de nossas vias públicas, mas também não podemos nos dar ao luxo de pagar a conta que a nosso ver, hoje, ou melhor, há muito, é da Vale, disse o prefeito Aluísio Veloso. Dr.
O secretário Paulo Coelho lembrou que, ao menos neste nosso município, as composições que por aqui trafegam só transportam carga, portanto a operação é estritamente comercial e não vemos motivos para um município do porte do nosso, ´financie´ a Vale. O certo, seria o contrário, não acham?, questionou o secretário.
Dr. Reginaldo garante que no dia 5 todos os vereadores estarão em bloco somando esforços com o Executivo na defesa dos direitos deste município.

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