Os municípios mineiros estão perdendo espaço entre os grandes exportadores do Brasil em 2012. Enquanto no primeiro bimestre de 2011, Itabira, na região Central, ocupava a terceira posição no ranking brasileiro de maiores vendedores externos do país, em igual período deste ano, a melhor posição de uma cidade do Estado foi ocupada por Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte. O município foi o 11º maior exportador brasileiro, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). E a cidade mineradora, terra do escritor Carlos Drummond de Andrade, ficou apenas na 36ª posição.
O recuo nas exportações no primeiro bimestre de 2012 frente igual intervalo do ano anterior foi de 74,98%. As vendas saíram de US$ 884,879 milhões no acumulado dos dois primeiros meses do ano passado para US$ 221,381 milhões no mesmo intervalo de 2012.
Entre os sete principais produtos do município comercializados com o mercado internacional, apenas a categoria outros ferritos e ferratos registrou incremento nas vendas, com alta de 11,01%, porém como a participação na pauta de Itabira é pouco expressiva, com 0,03% do total comercializado com o exterior, pouco influenciou no resultado global. O maior peso é do minério de ferro, com 98,40% das vendas, commodity que teve queda de 75,27%.
A China é o principal destino das exportações de Itabira, com 50,21% de participação. Embora expressivo, o percentual já foi maior, no primeiro bimestre de 2011, quando o país asiático respondia por 61,01% das vendas externas do município. Em seguida, se destaca o Omã, no Oriente Médio, com 13,89%, e o Japão, com 13,73%.
No primeiro bimestre de 2010, a cidade estava mais bem colocada na comparação com 2012. Naquele ano, com vendas de US$ 383,443 milhões, Itabira ocupou o 13º no país no que se refere às exportações e teve uma posição ainda melhor no saldo (diferença entre exportações e importações). Os US$ 368,948 milhões garantiram o quarto melhor saldo do país.
O professor de economia internacional da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (Puc Minas), Flávio Constantino, ressalta que o recuo na participação das cidade mineiras no ranking nacional é fruto da estrutura produtiva do Estado, com predominância do complexo mínero-metalúrgico. Se nenhuma mudança expressiva acontecer no cenário internacional, a tendência é que as cidades mineiras devam continuar perdendo espaço neste ano, observa.
Minério. A pauta mineira é dominada pelo minério (34,85%) e pelo café (15,39%), enquanto que em São Paulo, a participação desses produtos básicos é menos expressiva e não passa de 4%.

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