Festa das mais populares do mundo, o Carnaval é também momento em que as pessoas ficam mais vulneráveis às doenças sexualmente transmissíveis, entre elas a Aids. Para alertar sobre este risco, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG) começou a divulgar em diversos meios de comunicação a campanha de conscientização da doença que estimula o uso de preservativo.
Intitulada ?Nesse Carnaval, se prepare que eu vou usar!?, a ação conta com postais, abadas e adesivos, outdoor, mídia digital em vários portais eletrônicos e mídia nas rodoviárias e metrôs, além de uma marchinha de carnaval sobre o tema, que será divulgada em rádios por todo o Estado. Ao todo, neste mês, serão fornecidos 5 milhões de preservativos e distribuídos 1,5 milhão de folders e 1 milhão de adesivos alusivos. Eles serão entregues por mobilizadores em dezenas de cidades mineiras, entre elas as mais movimentadas neste período como: Ouro Preto, Mariana, Diamantina, Pompéu, São João del-Rei, Tiradentes, Capitólio, Escarpas do Lago, Januária, Prados, São Sebastião do Paraíso, Abaeté. ?Na empolgação da comemoração, as pessoas têm o costume de se excederem, principalmente no uso abusivo do álcool, tornando-se bem mais vulneráveis às doenças sexualmente transmissíveis e à Aids?, diz a coordenadora do Programa Estadual de DSTs e Aids, Fernanda Junqueira.
Blitz
A SES/MG, em parceria com a Polícia Militar, a Secretaria de Estado de Esportes e Juventude e a Secretaria de Estado de Turismo, também fará blitz nas entradas das cidades com histórico de Carnaval de rua, distribuindo folheteria e preservativos sobre o tema. O material informativo está sendo distribuídos para todas as 28 Superintendências e Gerências Regionais de Saúde que distribuirão para os municípios de sua jurisdição e também para as 50 instituições da Sociedade Civil do Estado, que farão atividades de prevenção nas ruas e em suas instituições.
Ainda antes da folia, no dia 6 de fevereiro, acontece o lançamento da campanha em um evento intersetorial, na Cidade Administrativa de Minas Gerais, com ações de várias secretarias. Em stand da SES, haverá material informativo, adesivos e dois personagens do imaginário popular (uma noiva e uma camponesa), com roupas de camisinhas, distribuindo-as para as pessoas que circularem pelo espaço.
Dados epidemiológicos
Dos 34 mil casos, 22.957 (67,52 %) são casos notificados em homens e 11.042 (32,48 %) casos em mulheres. A maioria dos casos de Aids está concentrada na faixa etária de 20 a 34. São 15.115 casos notificados nessa faixa etária, o que significa 44,5 % dos casos. Na faixa etária que vai de 35 a 49 anos são 13.231 casos, outros 39 % dos casos notificados. De < 01 a 09 anos somam 675 casos (2 %) e entre 10 e 19 anos outros 558 casos (1,90 %). Na população acima de 50 anos são hoje um pouco mais de 4.200 mil casos notificados (12,60%). Na transmissão vertical ? via perinatal, contabilizamos desde o início dos casos 624 casos de AIDS em crianças. De 2010 a Janeiro de 2013 temos registro de 50 crianças com AIDS. No que se refere à categoria de exposição, os casos ainda estão concentrados nos heterossexuais, que contabilizam 17.420 casos notificados (51,23 %). Entre os homossexuais somam 5.286 (15,55%), entre os bissexuais 2.777 casos (8,17%). Os hemofílicos, os ignorados, os usuários de drogas injetáveis, bem como as pessoas que se submetem a transfusão de sangue e acidentes com material biológico, somam 8.517 casos de Aids (25,05%). O Programa de Aids
A rede estadual de atendimento às pessoas que vivem com Aids é constituída por 54 municípios que recebem incentivo financeiro fundo a fundo do Ministério da Saúde para ações de prevenção e assistência às DSTs e a Aids.
Além disso, uma rede de laboratórios dá sustentação ao diagnóstico do Vírus da Imunodeficiência Humana ? HIV. Há os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA), os Serviços de Atendimento Especializados (SAE) e as Unidades Dispensadoras de Medicamentos (UDM), que fazem a coleta de sangue, aconselhamento pré e pós-teste, acompanhamento multidisciplinar ao paciente e distribuição de medicamentos: antirretrovirais, para as infecções oportunistas, para o tratamento da Lipoatrofia e Lipodistrofia facial e para as doenças sexualmente transmissíveis – DSTs.
A Coordenação Estadual também credencia e capacita outros serviços que são portas de entrada para o atendimento de vitimas de violência sexual, de acidentes com materiais biológicos /Biossegurança e maternidades por todo o Estado para o atendimento das gestantes HIV positivas, reduzindo assim a transmissão vertical (de mãe para filho).
Em Formiga
Na Secretaria de Saúde em Formiga, a coordenadora do Setor de Epidemiologia, Ana Carolina, disse que ainda não sabe ao certo a quantidade de camisinhas que será distribuída durante o Carnaval no município. O número exato deve ser informado na quarta-feira (6).

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