O alto número de casos suspeitos de dengue em 2019 fez com que os municípios do Centro-Oeste de Minas Gerais intensificassem suas ações contra o Aedes aegypti. Além da dengue, o mosquito também transmite zika e chikungunya.

O último levantamento feito pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), divulgado na segunda-feira (18), apontou que a região registrou 2.520 casos suspeitos da doença no ano. O levantamento também revelou uma evolução rápida no número de casos notificados nos municípios, com um crescimento de 12,5% no número total de casos suspeitos em uma semana.

Devido a este aumento, o portal G1 procurou as Prefeituras de Divinópolis, Nova Serrana, Bom Despacho, Lagoa da Prata, Martinho Campos, Formiga e Arcos, cidade com maior índice de casos suspeitos da doença na região, para saber o que tem sido feito para conter a dengue.

Dos municípios procurados, apenas a Prefeitura de Martinho Campos não retornou à solicitação dentro do prazo estipulado pela reportagem.

Confira abaixo o que foi informado pelas Prefeituras:

Divinópolis

A Prefeitura de Divinópolis informou que até o dia 20 de fevereiro, 139 casos suspeitos da doença foram notificados na cidade. Destes, 21 foram confirmados.

Segundo o município, os agentes da vigilância epidemiológica seguem as normas do Programa Nacional de Combate à Dengue (PNC), que preconiza visitas domiciliares dos agentes na busca ativa e eliminação de focos e criadouros do mosquito.

Em paralelo às visitas, a Prefeitura afirmou que realiza ações complementares, como mutirões de limpeza, blitzes educativas, palestras, panfletagem e bloqueio de transmissão com UBV leve nos casos notificados.

Em fevereiro, 15 novos agentes foram contratados pela Secretaria de Saúde para intensificar os trabalhos como limpeza e fiscalização de lotes municipais e particulares da cidade.

Caso o proprietário do imóvel recuse a visita do agente, o caso é repassado para a fiscalização da Vigilância Ambiental do município e, após fiscalização, o proprietário do local é notificado para realizar a limpeza.

Apesar de não ter contratado novos agentes, os moradores da cidade foram orientados para procurar uma unidade de saúde o mais rápido possível, caso sintam os sintomas da doença.

Segundo Idália, caso o imóvel esteja fechado ou abandonado, notificações são entregues pessoalmente aos proprietários.

“E todos devem contribuir, pois saúde pública é de responsabilidade de todo cidadão. As imobiliárias também têm recebido notificações para essa atenção, e contamos que sejam ativas em atuar quanto esses cuidados com os imóveis de sua responsabilidade”, afirmou.

Para evitar o ocorrido em 2018, quando os agentes encontravam dificuldades para vistoriar as residências, a coordenadora afirma que o setor aguarda uma reunião com o Ministério Público para que os agentes atuem conforme orientações e medidas do órgão.

Bom Despacho

A cidade teve apenas dois casos suspeitos notificados segundo a SES-MG, mas o primeiro Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) de 2019 apontou um índice de infestação predial de 8,5%. O índice de infestação predial considerado seguro pelo Ministério da Saúde é de 1%.

O último LIRAa, feito em outubro de 2018, apontava um índice de 5,9%. Com o aumento, a Prefeitura afirmou que os números são alarmantes e que 100% dos criadouros estão dentro das residências.

Ainda segundo a Prefeitura, caso sejam encontrados focos do mosquito em um imóvel, o proprietário é notificado e caso não os elimine em até 24 horas, multado.

Lagoa da Prata

Com 300 casos notificados de dengue em 2019, o município informou que realiza diariamente o trabalho de vistorias nos imóveis, com prevenção e combate ao Aedes aegypti, eliminando focos e orientando a população.

De acordo com a chefe da vigilância em Saúde, Janeany Cristina de Castro Almeida, o serviço de vistoria também está sendo feito pelos agentes comunitários de Saúde durante as visitas rotineiras aos usuários do Programa de Saúde da Família (PSF).

“Quando detectam ou suspeitam da presença de focos, os agentes de saúde acionam os agentes de combate a endemias para que eles se dirijam até o local e realizem o tratamento com larvicida”, afirmou, em nota.

O município também conta com um Comitê Municipal de Combate ao Aedes aegypti, segundo Janeany, que é composto por pessoas do poder público, da sociedade civil organizada, empresas e orienta as ações a serem feitas pelo município.

Ela afirmou ainda que a Prefeitura está providenciando um processo seletivo para a contratação de novos agentes de combate a endemias para a composição do quadro de funcionários do município.

Formiga

Com 31 casos notificados segundo a SES-MG, o município afirmou que programa suas ações segundo a necessidade de cada período do ano e de acordo com o LIRAa, que prevê também o bloqueio para evitar transmissão nos casos notificados prováveis por dengue.

Até agora, foram feitas visitas aos imóveis, palestras em órgãos públicos, blitzes educativas, fixação de faixas nos bairros com os maiores índices de infestação, mutirões de limpeza, coberturas de caixa d’água destampadas e aplicação de UBV costal na área com casos suspeitos.

Ainda segundo a Prefeitura, 95% dos focos do município estão concentrados nas residências e, por isso, o proprietário é sempre procurado para que, caso o imóvel esteja sem habitantes, o local seja vistoriado.

Em caso de lotes vagos com sujeiras, os proprietários são notificados e tem o prazo de até 30 dias para fazer a limpeza, cercar e construir calçada no terreno. Caso as adequações não sejam feitas, a multa é de R$ 1.239,80.

Arcos

Com 1.572 casos notificados, o município é o terceiro com mais casos suspeitos de Minas Gerais. Para conter a epidemia, a Prefeitura criou, no início de janeiro, um grupo de trabalho e uma equipe de saúde, composta de médicos e técnicos de enfermagem, para atender os pacientes com suspeita.

O último LIRAa feito pelo município, divulgado no início de fevereiro, apontou um índice de infestação predial de 1,6% na cidade. O Executivo não informou se foram contratados novos agentes.

Na última quinta-feira (21), fiscais do Setor de Posturas identificaram pontos de descartes irregulares de lixos e entulhos que podem servir como local reprodutor do mosquito.

A falta de manutenção de limpeza nos imóveis e lotes na cidade, assim como o flagrante ou denúncias de descartes irregulares, é passível de multa de R$ 283,32, segundo a Prefeitura.

 

Fonte: G1||

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