O tão sonhado projeto de se manter os rios da cidade limpos, por meio da captação e tratamento do esgoto, infelizmente, parece estar longe de se tornar real.

A bem da verdade, nem mesmo os serviços de captação dos esgotos com a implantação da rede de interceptores na região central foram concluídos. Esta parte ficou a cargo da Pantheon Engenharia (margem esquerda) e Soenge (margem direita), assim como a ligação de outros córregos e a construção de elevatórias em certas intercessões. Alguns sequer foram iniciados, como é o caso de um grande muro de arrimo que precisa ser erguido próximo à ponte de ferro.

De acordo com dados apurados pelo jornal, atualmente, cerca de R$ 1,8 milhão estão disponíveis na Caixa Econômica Federal para execução de tais serviços. Porém, para retomá-los, a Prefeitura terá que bancar uma razoável diferença de valores e providenciar nova licitação.

A Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) foi projetada em 2009, na segunda gestão de Aluísio Veloso, e foi orçada em R$10.412.600,55, através de financiamento federal – a fundo perdido – com contrapartida da Prefeitura de R$515.529,09.  Hoje, tudo indica que sua conclusão deverá demandar ainda muito tempo, além, de vultosos recursos públicos, embora boa parte destes já se encontre garantida por meio do contrato firmado com o governo federal.

As obras tiveram início em 2 de setembro de 2013, já na gestão Moacir Ribeiro, e a conclusão  dos serviços estava prevista para ocorrer em 2 de março de 2015.  Porém, hoje, com mais de seis meses de atraso, segundo informações apuradas pelo jornal junto ao engenheiro responsável pela construção, Luiz Augusto Paradinha Rego, foram concluídos apenas 39% das obras previstas em projeto e cronograma aprovados.

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(Fotos: Priscila Rocha)

De acordo com o engenheiro, o que impede o término da obra é a demora na liberação das verbas. “Nesta data, outubro de 2015, a última parcela recebida e medida se refere a serviços executados em março, portanto, já temos duas parcelas de verba liberadas pelo Governo Federal na Caixa Econômica, mas para que elas nos sejam repassadas é preciso, dentre outras exigências, que a Prefeitura entre com a contrapartida (5% do valor medido) e a crise não tem permitido que isso ocorra com a desejável regularidade”.

Com um número reduzido de funcionários, a empresa Lamar Engenharia (vencedora da licitação), que também é responsável pela construção da ETE na cidade de Arcos, vai tentando de todas as formas manter a obra em andamento, ainda que em ritmo lento. Para tanto, remaneja sempre que possível pessoal e equipamentos.

O projeto global da ETE de Formiga, prevê a construção de 14 tanques, quatro decantadores secundários e oito leitos de secagem, totalizando 43.500 metros quadrados de construção.

 

 Ao ser questionado sobre o grande atraso das obras e sobre a adoção de medidas de contenção pelo Governo Federal, financiador da obra, o que deve implicar em atrasos na liberação de recursos, Luis Augusto foi taxativo: “Diante do que ocorre hoje, acredito que a ETE dificilmente será inaugurada nesta gestão. Além de tudo, é preciso lembrar que vem aí o período de chuva quando as coisas no canteiro de obras, se complicam. Em especial aqui, já que a área se  transforma numa verdadeira lagoa”.

Redação do Jornal Nova Imprensa

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