Um médico mineiro conseguiu na Justiça autorização para plantar flores de cannabis e produzir o próprio remédio para o filho, que sofre com uma síndrome rara.
Leandro Ramires, médico e diretor científico da Associação Mineira de Apoio à Medicina (AMAMI), tem 35 anos de experiência e acredita que a prática pode beneficiar diversos pacientes – mas é preciso combater o preconceito contra a maconha.
Ele destaca que sua motivação para aprofundar os estudos sobre o uso medicinal da cannabis veio de uma experiência pessoal. O filho, que possui uma síndrome não especificada, se beneficiou significativamente do tratamento com óleo de cannabis.
‘O preço era absurdo, não tinha regulamentação no Brasil, e a gente precisava motivar não só o poder público do ponto de vista executivo e legislativo, mas também tentar mudar a cabeça da sociedade para expandir o potencial medicinal da cannabis no Brasil para quem precisa’, explica Ramires.
Desafios legais e avanços
Devido à falta de regulamentação, Ramires teve que entrar na justiça para obter autorização para produzir o próprio remédio para seu filho. ‘Meu sonho é que todo brasileiro pudesse fazer isso, que tivesse a condição, como eu tenho, de plantar, cultivar, beneficiar, extrair e produzir o remédio’, afirma.
A AMAMI está expandindo seus serviços para oferecer suporte integral aos pacientes. Ramires anunciou a inauguração de uma casa que oferecerá terapia ocupacional para idosos com perda de memória, além de assistência para pacientes com diversas condições, como Alzheimer e Parkinson.
‘Não adianta você melhorar um idoso com Alzheimer que está sendo cuidado por outro idoso. Não adianta você melhorar um autista se ele não tem uma nutrição adequada’, ressalta Ramires, enfatizando a importância de um cuidado holístico.
Fonte: Itatiaia