Valente e aguerrido, o Cruzeiro empolgou seu torcedor, neste domingo, no Mineirão. O clube celeste fez valer o ingresso pago pelas quase 23 mil pessoas no estádio e proporcionou um espetáculo de raça e aplicação tática. O resultado foi uma vitória importantíssima por 2 a 0 sobre o Coritiba, até então uma das melhores equipes do returno do Campeonato Brasileiro.
Os gols do Cruzeiro foram marcados por Ceará, em um belo chute de fora da área, e Willian, depois de grande jogada do zagueiro Manoel. O detalhe é que o Cruzeiro perdeu Paulo André, expulso, ainda no primeiro tempo, e jogou com um homem a menos durante toda a etapa final, suportando a pressão adversária heroicamente. Aos 40 do segundo tempo, o Coritiba também teve um homem expulso e igualou a situação.
Mesmo em desvantagem numérica em campo na etapa final, o Cruzeiro conseguiu furar a forte defesa adversária, que havia sofrido somente dois gols nos últimos oito jogos e figurava como a melhor do returno do campeonato. O triunfo deste domingo deixou a Raposa com 36 pontos, cinco acima da zona de rebaixamento. Na próxima rodada, o Cruzeiro enfrenta o Grêmio, no domingo, às 16h, no Mineirão.
O jogo
O Cruzeiro colocou em prática, no campo, os treinamentos da semana na Toca da Raposa II: marcação sob pressão e jogo no ‘abafa’. Durante os 20 primeiros minutos de jogo, o Coritiba mal conseguiu passar do meio de campo.
Para furar a defesa adversária teria que ser mesmo sob pressão. O Coritiba havia sofrido apenas dois gols nos últimos oito jogos e fazia uma das melhores campanhas do segundo turno do Brasileirão. Foi em uma bela tabela que o Cruzeiro ameaçou primeiro. Ariel tocou para Alisson, que chutou na saída de Wilson, mas o goleiro salvou o Coritiba.
Aos 21 minutos, porém, não deu para o arqueiro alviverde. Ceará dominou a bola na intermediária e soltou uma bomba de muito longe. A bola bateu no travessão e estufou as redes do Mineirão: 1 a 0.
Depois do gol, o Coritiba acordou e o Cruzeiro deixou de marcar no campo do adversário. O Coxa aproveitou os espaços e chegou com perigo duas vezes. Em uma delas, Fábio salvou a Raposa de sofrer o gol de empate.
No fim do primeiro tempo, Paulo André deu uma entrada dura em Guilherme Parede e levou o cartão vermelho direto, prejudicando a equipe, que teve que se desdobrar na etapa final, sob um forte calor de 31 graus no Mineirão.
”Vamos jogar pelo Paulo André, temos que ser companheiros neste momento”, avisou Willian, no intervalo da partida. Os jogadores cumpriram a promessa do bigode, mas o Coritiba voltou para o segundo tempo pressionando muito e criando várias chances de gol.
Apesar da pressão, a noite era mesmo do Cruzeiro. Na primeira jogada de ataque da Raposa na etapa final, o zagueiro Manoel conduziu a bola do campo de defesa, tocou para Alisson e foi para a área, como um centroavante. O mesmo Manoel recebeu de volta e deu a assistência para Willian marcar seu sétimo gol nos últimos seis jogos: 2 a 0.
Aos 40 minutos do segundo tempo, o Coritiba também teve um homem expulso e finalmente igualou o número de jogadores em campo, trazendo alívio à torcida cruzeirense, que pôde comemorar a vitória importante sobre o concorrente direto.
Gilmar Laignier /Superesportes