Consumidores formiguenses devem se acostumar com a redução do uso de sacolas plásticas distribuídas no comércio. Ainda não existe uma lei municipal que proíba o uso, mas proprietários de alguns estabelecimentos comerciais já deixaram de usar sacolas fabricadas a partir de derivados do petróleo e estão utilizando a oxi- biodegradável, de material menos resistente, porém são sacolas que agridem menos o meio ambiente.
Algumas farmácias já estão usando a sacola biodegradável. Outras ainda vão se adaptar à nova medida. A farmacêutica Lud Rani Costa Bottrel disse que, por enquanto, o estabelecimento no qual trabalha, a Drogaria Pacheco, usará esse tipo de embalagem. Ela ressaltou que a ideia é proibir totalmente o uso de sacolas, utilizando somente uma feita de papel para alguns tipos de medicamentos e produtos. Lud Bottrel explicou que as pessoas se sentem intimidadas de levar na mão, por exemplo, preservativos, remédios para impotência sexual, anticoncepcionais etc. Há também a opção de se utilizar uma bolsa retornável.
A matriz da Drogaria Pacheco, onde a farmacêutica trabalha, fica no Rio de Janeiro. Lá, já é lei a proibição do uso de sacolas, inclusive das oxi-biodegradáveis. Os legisladores fluminenses aprovaram um projeto de lei que prevê a substituição das sacolas plásticas no estado por bolsas mais resistentes, em um sistema de desestímulo ao uso de sacolas descartáveis.
A farmacêutica contou ainda que em algumas farmácias de Belo Horizonte, os proprietários estão cobrando 50 centavos por cada sacola plástica usada. Há supermercados na capital mineira que estão vendendo uma sacola retornável, de material resistente, para uso contínuo dos clientes.
A tendência em Formiga é que o comércio deixe de distribuir as sacolas plásticas, substituindo-as por uma embalagem retornável. Proprietários de algumas farmácias foram os primeiros a reduzir o uso de sacolas plásticas comuns.
A proprietária da Drogaria 6 de Junho, Maria Aparecida de Oliveira, também deixou de usar a sacola plástica no seu estabelecimento. A embalagem para embrulhar e guardar os medicamentos é feita de papel. Ela contou que já recebeu elogios dos clientes pela iniciativa. ?Alguns dizem que passou da hora de [dos comércios] deixar de usar a sacola?. Maria de Oliveira ainda enfatizou: ?O lixo está ocupando o espaço do ser humano. Queremos colaborar com o meio ambiente?.
Exemplo
No Brasil, Belo Horizonte foi a primeira cidade a adotar uma lei que proíbe a venda e a distribuição de sacos plásticos. A medida passou a valer em abril deste ano e a expectativa é de que 450 mil sacolas deixem de ser consumidas por dia na capital mineira. Os estabelecimentos comerciais começaram a ser fiscalizados. Os locais que continuarem a fazer uso das sacolas plásticas estão sujeitos ao pagamento de multa no valor de R$ 1 mil e podem ser interditados.
A lei foi aprovada em fevereiro de 2008 e os comerciantes tiveram mais de três anos para se adaptar. As cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro também contam com uma legislação semelhante, mas ainda estão no período de adaptação.
Fundação Verde
Visando a diminuição do impacto ambiental causado pelos plásticos, que demoram até 500 anos para se decompor, a Fundação Verde (Funverde) iniciou o projeto sacolas ecológicas em 2005 e tem como principal objetivo a mudança do uso das sacolas plásticas convencionais, distribuídas principalmente por supermercados e lojas, por sacolas oxi-biodegradáveis e sacolas retornáveis.
Segundo informações do site da Funverde, oxi-biodegradável é o processo de degradação do plástico, com a utilização de aditivos para acelerar a degradação, contando com auxílio do oxigênio, da temperatura e de processos mecânicos, como vento, chuva etc. Este plástico aditivado não precisa de um ambiente biologicamente ativo. Mesmo estando em cima de uma árvore, por exemplo, o material se degradará.
O plástico oxi-biodegradável agride menos o meio ambiente, pois diminui o tempo de vida útil para, no máximo, 18 meses, evitando a poluição nos fundos e vales, córregos, rios, lagos e oceanos.
Aproximadamente 56% do lixo plástico é composto por embalagens usadas uma só vez. O mundo consome 1 milhão de sacos plásticos por minuto, o que significa quase 1,5 bilhão por dia e mais de 500 bilhões por ano.
Além disso, 10% de todo lixo coletado nas cidades é composto por sacolas plásticas de uso único. É o resíduo que mais polui as cidades e campos. Prejudica a vida animal, entope a drenagem urbana e rios, contribuindo para inundações.

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