Em meio aos discursos dirigidos aos cerca de 8 mil trabalhadores rurais e agricultores que participam do Grito da Terra Brasil 2012, na Esplanada dos Ministérios, as lideranças da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) apresentaram nesta quarta-feira (30) uma lista de 347 pessoas ameaçadas de morte por causa dos conflitos agrários.
?Registramos, ainda, 29 assassinatos e 38 tentativas de assassinatos nos últimos dois anos?, acrescentou o secretário de Política Agrária da Contag, William Clementino. Boa parte da violência é praticada por pessoas ligadas a grupos estrangeiros financiados por grandes indústrias do setor alimentício, garantiu à Agência Brasil a vice-presidenta da Contag, Alessandra Lunas.
?Somos contra a estrangeirização das terras brasileiras pelos grandes grupos de empresas que atuam no setor de alimentação. Todos sabem que a corrida desenfreada desses grupos se deve à previsão de grande demanda por alimentos no futuro. Isso colocará em risco a segurança alimentar do nosso país?, acrescentou.
Segundo a vice-presidente da Contag, há várias situações de laranjas que se dizem proprietários de terras, mas que estão a serviço desses grupos estrangeiros.
?Tem trabalhador que chega a trabalhar 10 horas por dia, ganhando menos de um salário mínimo?, denunciou à Agência Brasil uma agricultora cearense de 53 anos. ?Por isso é necessário lutarmos pela melhoria salarial do homem do campo e pela redução da carga horária de trabalho para 6 horas diárias?.
Alessandra Lunas explica que essas questões estão ?todas interligadas?, e que ?há várias situações de grupos estrangeiros despejando famílias e promovendo violência e trabalho escravo no campo?.

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