A contratação de trabalhadores temporários pelo comércio para as festas de fim de ano no País cresceu 8,7% em 2009, mas a efetivação desse pessoal recuou 3% na comparação com 2008, de acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário (Asserttem). Foram contratadas 125 mil pessoas no final do ano passado, ante 115 mil no Natal de 2008. Ao final do período de festas, 25% delas, ou 31,25 mil, foram efetivadas, ante 32,2 mil (28%) no ano anterior.
Apesar da queda nas efetivações, o número de trabalhadores que conseguiu emprego fixo após o Natal superou a expectativa da Asserttem. A entidade esperava 123 mil contratações, com 21 mil efetivações, ou uma taxa de 17%. De acordo com Jismália Oliveira Alves, diretora de Comunicação da Asserttem, a taxa de contratações de temporários historicamente é de 34% a 36%. Tivemos um final de ano difícil em 2008, quando a crise começou e em 2009 ainda sentimos os efeitos da desaceleração da economia. O lado positivo é que o resultado do ano passado superou o que esperávamos, disse.
A diretora observou que o emprego temporário continua sendo uma boa entrada no mercado de trabalho para quem procura o primeiro emprego. Eles representaram 28% das vagas preenchidas em 2009. Quanto aos que não foram efetivados, ela diz que ainda assim houve ganho. Essas pessoas receberam treinamento, adquiriram conhecimento, o que poderá ajudá-las a encontrar uma recolocação?.
De acordo com a Asserttem, os principais focos para o comércio em 2009 foram as classes C, D e E, que, com o aumento do seu poder aquisitivo, aumentaram as vendas natalinas. Essa parcela da população corresponde a 35 milhões de famílias, que gastam cerca de R$ 1,3 trilhão por ano e respondem por 78% do consumo dos lares brasileiros, segundo dados da entidade.
Além do setor de confecções, que sempre lidera as vendas de fim de ano, os eletrodomésticos, a linha branca e os automóveis mereceram destaque neste Natal, graças à prorrogação da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). A oferta de crédito, os juros baixos e a confiança cada vez maior do consumidor foram os fatores que induziram o crescimento das vendas, o que se refletiu no aumento dos postos de trabalho, explica o presidente da Asserttem.
O levantamento encomendado pela Asserttem e realizado pelo Instituto de Pesquisa Manager (Ipema) consultou entidades ligadas ao setor de comércio e serviços, agências de emprego temporário e empresas contratantes. Os números divulgados nesta pesquisa referem-se apenas aos contratos formais de trabalho temporário, de acordo com a Lei 6.019/74, excluindo modalidades de contratação como estagiários, terceirizados e contratos informais.
As funções mais solicitadas foram vendedores, fiscais de loja, empacotadores atendentes, estoquistas, etiquetadores, operadores de telemarketing, auxiliares e analistas de crédito.

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