A cada cinco minutos, uma pessoa morre de ataque cardíaco no Brasil. Mas a maioria dessas mortes, inclusive das vítimas dos infartos ditos fulminantes, pode ser evitada com conhecimento dos sintomas e o rápido atendimento do paciente.
?É muito raro a pessoa ter um infarto e não ter sentido nada. O mais comum é ela começar a sentir alguma coisa e não ligar?, relata o cardiologista Marcelo Cantarelli, médico do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e coordenador da campanha Coração Alerta.
O sintoma clássico do infarto é uma dor de ?aperto? no peito, mais para o lado esquerdo, que tende a subir para o pescoço e o braço esquerdo, como sentiu o professor universitário Maurício Lopes de Faria, 47. ?Fui almoçar com um amigo no último dia 24, comecei a sentir essa dor e um suor frio. Não dei conta de almoçar e pedi para ele me levar para casa?, conta. Preocupado, o amigo acabou levando Faria ao hospital.
O infarto não foi diagnosticado e o professor foi para casa, ainda com dores. De volta ao hospital no dia seguinte, o problema foi identificado e ele passou por um procedimento para desentupir a artéria. ?Normalmente, o infarto não dura tanto tempo. A pessoa sofre uma parada cardíaca e pode até morrer. O que me salvou foi uma malformação genética, que permitiu a irrigação da parte afetada por outra artéria. Agora ainda sinto um pouco de fraqueza, mas estou ótimo?, comemora.
Faria é uma exceção à regra, pois o mais importante é que a pessoa infartada seja atendida rapidamente. ?A literatura médica indica que os tratamentos são mais eficientes se aplicados nas primeiras três horas desde o início da dor. Depois desse tempo, a mortalidade é de 30% e só vai aumentando?, alerta o médico.
Sintomas
Dor de ?aperto? no peito, que aparece de repente, ou depois de atividade física ou situação de estresse. Tende a subir para o pescoço e o braço esquerdo. Mal-estar e suor frio podem acompanhar.
Dor mais fraca na região da boca do estômago, das costas ou do pescoço subindo para mandíbula e dentes. A pessoa também pode sentir náusea ou ter um desmaio, ou sentir sensação de dormência nas mãos.