Os idosos são os mais afetados pela pandemia do novo coronavírus. Ainda assim, eles integram justamente o grupo que segue a passos lentos na vacinação. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas (SEE-MG), pessoas acima de 60 anos respondem por 81% das mortes causadas pela Covid-19 no estado.

A palavra final para definir as prioridades na imunização é de cada município e, em várias cidades há categorias profissionais longe da linha de frente do combate ao vírus que têm conseguido passar à frente dos idosos na fila pela vacina.

Enquanto isso, parentes dessas mais de 14 mil vítimas do coronavírus lamentam a perda dos entes queridos com a certeza de que, se a imunização tivesse chegado mais rápido, os momentos com eles teriam sido prolongados.

Fazer tricô, crochê e oração. Os três hábitos mais comuns de Áurea Dias, de 83 anos, não são mais vistos pela casa. “Era uma cristã muito devota, de uma fé que nunca vi igual na minha vida. Ela orava por todo mundo da família. O que a deixava feliz era ver todo mundo feliz”, lembra o neto Fabrício Maia, de 24. O personal trainer conta que o amor de dona Áurea pela família reunia todos os parentes em aniversários e também no Natal – encontro que não foi possível em 2020 por causa da pandemia.

Do dia da descoberta da infecção pelo novo coronavírus até a morte foram 19 dias. Áurea morreu no dia 14 de fevereiro, capturada por uma doença que ela evitou. “Minha avó nunca teve nenhum problema de saúde”, conta o neto. “Não tenho dúvidas de que ela poderia ter sido ajudada se tivesse tomado a vacina”, lamenta. “Ela era nossa base, nosso ponto de apoio, nossa referência de união. Ela sempre fez questão de ver todo mundo junto e próximo. A gente vai sentir muita falta”.

Aplicação de doses reduz agravamento da doença

O Programa Nacional de Imunização (PNI) considera os riscos de agravamento e óbito por Covid-19 para definir os grupos prioritários.

Os idosos são os mais vulneráveis às internações hospitalares em decorrência da doença. “Vacinar essa população é importante porque são pessoas com maior risco de agravamento pela doença, necessitando de assistência hospitalar, o que aumenta nossa ocupação de leitos por Covid-19.

Ao vacinar esse grupo, teremos uma redução do agravamento da doença entre idosos e uma diminuição do número de internados por Covid-19”, explica a subsecretária de Vigilância em Saúde da SES-MG, Janaína Passos.

Na última semana, a SES-MG iniciou a distribuição da quinta remessa de vacinas enviadas pelo Ministério da Saúde.

“O tempo entre a chegada dos imunobiológicos a Belo Horizonte e a saída para todo o estado é necessário para que seja conferida a temperatura; verificado o quantitativo enviado, de acordo com a estimativa de cada município; elaborada a rota, definida a logística de distribuição e finalizada a planilha de distribuição de doses, conforme público recomendado pelo Programa Nacional de Imunização (PNI)”, informou a SES-MG.

A pasta garante que para esta etapa foi ampliado o público prioritário. Desta vez, serão imunizados os idosos de 85 a 89 anos de idade e 24% das pessoas com 80 a 84. Os municípios que ainda não atingiram a meta preconizada pelo PNI de 81% de trabalhadores da saúde vacinados receberão 8% do total de vacinas.

Fonte: Estado de Minas

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