Das 381 amostras sequenciadas geneticamente em Minas Gerais, 117 indicaram presença de variantes do Sars-CoV-2 entre moradores de Belo Horizonte. Isso é o que indica o monitoramento divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas (SES-MG). E, apesar de a P.2, identificada originalmente no Rio, ter sido mais verificada ao longo dos meses em Belo Horizonte, é a P.1, de Manaus, que está mais presente atualmente na população de BH e da região metropolitana: 75% das amostras recentes se referem a essa mutação.
Desde o início do ano, a variante P.2 foi a mais encontrada em BH – com 62 casos. Houve ainda 31 registros da P.1 e 13 da B.1.1.7 (do Reino Unido). No entanto, apesar de a P.2, identificada originalmente no Rio, ter sido mais vezes detectada ao longo dos meses em BH e região, é a P.1, de Manaus, que predomina atualmente na população da região metropolitana no momento.
De acordo com Renan Pedra, pesquisador do Laboratório de Biologia Integrativa do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, os últimos levantamentos indicam cam que a variante P.1 é a que mais circula hoje entre moradores de BH e região. Dados de duas semanas atrás apontam 75% das amostras sequenciadas relativas a essa mutação.
A grande presença da P.1 pode explicar a rápida aceleração da transmissão do coronavírus entre a população e uma transformação nas características dos internados: os hospitais passaram a internar um número maior de jovens sem comorbidades. “Os internados são pessoas mais novas, sem condições preexistentes de doenças. Sabe-se que a P.1 é mais infecciosa, mas também existe uma hipótese de a variante ter mudado o perfil clínico dos pacientes”, explica.
Para que o estudo sobre as consequências da P.1 na população seja desenvolvido de maneira assertiva, os pesquisadores da UFMG trabalham em conjunto com a Fundação Ezequiel Dias (Funed), que recebe amostras de diferentes partes do Estado, e com a Secretaria de Estado de Saúde, para ter acesso a prontuários do SUS.
Previsão de piora
Como a P.1 está circulando intensamente neste momento pela região, a tendência é que os indicadores de transmissão da doença e ocupação de leitos voltem a piorar muito em breve. “Vamos dar um passo à frente e um passo atrás na flexibilização até que boa parte da população esteja imunizada”, alerta Pedra.
Fonte: O Tempo