Após intensas discussões e troca de acusações entre parlamentares, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) rejeitou, nesta quinta-feira (16), o requerimento para convocar José Ferreira da Silva, o Frei Chico — vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados e Pensionistas (Sindnapi) e irmão do presidente Lula.

Também foi retirado de pauta o pedido de quebra dos sigilos bancário e fiscal do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi. Outro requerimento, que solicitava a prisão preventiva do presidente do Sindnapi, Milton Cavalo Batista, foi igualmente rejeitado. As decisões representam vitórias para o governo Lula, que vinha acumulando derrotas recentes no Congresso.

A CPMI está reunida desde o início da manhã e analisa 101 requerimentos relacionados ao escândalo revelado pelo portal Metrópoles, que publicou uma série de reportagens a partir de dezembro de 2023. As matérias mostraram que a arrecadação de entidades com descontos em aposentadorias havia disparado, chegando a R$ 2 bilhões em um ano, enquanto milhares de processos por fraude nas filiações de segurados se acumulavam.

Entre os requerimentos aprovados, está a quebra de sigilo do advogado Eli Cohen, um dos primeiros a denunciar irregularidades no INSS. Por outro lado, o colegiado rejeitou investigar as contas da publicitária Danielle Fonteles, apontada como beneficiária de pagamentos feitos por Antonio Carlos Camilo, conhecido como “Careca do INSS”.

A comissão também ouviu o depoimento de Cícero Marcelino de Souza Santos, assessor do presidente da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares (Conafer). Segundo a Polícia Federal, ele atuava como intermediário entre entidades investigadas e servidores do INSS. A PF aponta Cícero como possível operador da Conafer, também alvo da Operação Sem Desconto.

Deflagrada em 23 de abril, a operação teve como base 38 reportagens do Metrópoles e resultou na demissão do presidente do INSS e do então ministro da Previdência, Carlos Lupi. Na última quinta-feira (9), o Sindnapi foi alvo de nova ação da PF, no contexto das investigações sobre descontos irregulares em benefícios previdenciários.

Com informações do Metrópoles

 

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