Bater ou dar eventuais palmadas nos filhos geram efeitos a longo prazo no desenvolvimento social das crianças, segundo uma revisão de 20 anos de pesquisa sobre o assunto.
Nas últimas duas décadas, pesquisadores têm investido, cada vez mais, nos estudos que usam encontrar ligações entre punições físicas e variações nos níveis de agressão das crianças.
Segundo o relatório do estudo, que foi publicado nesta semana na revista da Canadian Medical Association, no Canadá, nenhum estudo até hoje conseguiu ligar esse tipo de disciplina a efeitos positivos na educação e desenvolvimento social da criança em longo prazo.
Acredito ser importante que os pais entendam que, apesar de a punição física ter resultados imediatos, fazendo com que a criança obedeça aos pais naquele momento, há diversos efeitos colaterais que podem se desenvolver a longo prazo, afirma a co-autora do estudo e psicóloga clínica infantil da Universidade de Manitoba, no Canadá, Joan Durrant.
Quanto mais a criança ver os pais responderem a situações de conflito ou frustração com violência, mais provável será a imitação desse tipo de resposta quando a criança lidar com seus próprios conflitos, disse Durrant.
Uma pesquisa recente indica que 22% dos pais que responderam às perguntas apresentam grandes chances de baterem nos filhos, mas a maioria deles afirma que prefere disciplinar as crianças de outras formas – castigos como privação de videogames ou de outras atividades divertidas, ou castigo por confinamento temporário no quarto.
Em uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, cientistas analisaram 2.400 mães que afirmaram terem batido nos filhos de 3 anos de idade, pelo menos, duas vezes no mês anterior. Segundo o relatório da pesquisa, as crianças que participaram do estudo apresentaram um risco elevado de níveis altos de comportamento agressivo dois anos mais tarde.
Para a pesquisadora, uma das possíveis explicações para muitos pais se comportarem dessa forma é o fato de eles não entenderem porque as crianças se comportam de determinada forma.
Muitas vezes, eles acreditam que os filhos estão os desafiando, quando, na realidade, eles estão apenas fazendo o que é preciso para o desenvolvimento de suas habilidades de entender e lidar com o mundo, afirma Durrant.
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