O ano de 2022 para o Cruzeiro é um divisor de águas como poucos da história do clube. Se em outros anos a virada de temporada significou títulos e boas memórias, nesta a mudança é pela tentativa de sair de um buraco, um lugar que o clube nunca tinha estado, para novamente respirar tranquilo.

Depois de dois anos na Série B que não só foram um calvário esportivo, mas também financeiro e no aspecto psicológico, o clube virou uma Sociedade Anônima de Futebol e foi comprado por Ronaldo Fenômeno. Os primeiros dias foram de grande empolgação, mas logo o ex-atacante mostrou que tomaria decisões difíceis e a repercussão veio.

Um começo de ano turbulento não é a melhor coisa para um time que precisa se reorganizar. Encontre mais em Apostagolos informações sobre o desempenho da Raposa em 2022.

A verdade é que Ronaldo segue um plano e além de querer o Cruzeiro de volta ao lugar onde sempre esteve, sendo uma força nacional e disputando títulos, ele também quer buscar retorno financeiro. A folha salarial do time era irreal para o momento da equipe e os resultados conquistados em campo.

O clima ainda não é positivo

A empolgação da torcida sempre teve um prazo de validade, já que além de precisar tomar decisões difíceis, os campeonatos que o Cruzeiro vai encarar não começam com seu favoritismo. No Campeonato Mineiro o Atlético-MG é o grande favorito e o América-MG também leva vantagem em relação ao Cruzeiro devido o atual momento. Na Copa do Brasil todas as classificações vão ser muito comemoradas, especialmente pelos prêmios milionários para cada avanço de fase.

O que importa mesmo é a Série B, e depois de ter ficado em 11° em 2020 (começando com seis pontos a menos por punição da FIFA) e 14° em 2021- em uma campanha simplesmente lamentável – colocar o Cruzeiro como garantido entre os quatro primeiros é impossível.

A dois meses do começo da competição, o Cruzeiro precisa pensar em adquirir ritmo de jogo, entrosamento entre um elenco jovem e entender os conceitos do treinador uruguaio Paulo Pezzolano.

Mas o principal de tudo é criar um clima favorável para o trabalho dos atletas, especialmente dialogando com a torcida sobre a real situação do clube e como é preciso de cada torcedor para subir de divisão.

Ronaldo e reforços

As comunicações de Ronaldo com a torcida ainda precisam ser mais trabalhadas. É natural que logo ele se transforme em um empresário e a imagem do jogador com 17 anos e o uniforme celeste sendo revelado pelo clube desapareça.

A saída de Fabio, à beira de completar 1000 jogos pelo clube, não foi algo bem trabalhado e segundo colunista, o goleiro notificou o ex-jogador por uma dívida de 20 milhões. Aliás notificações não faltam: o dirigente e ex-jogador Ricardo Rocha, além de auxiliar de Vanderlei Luxemburgo também recorreram à justiça.

Notícias negativas assim serão recorrentes pelo menos neste ano e blindar os jogadores é muito importante. Além, é claro, de reforços.

Em live, Ronaldo afirmou que pretende chegar a 50 mil sócios até abril (final do Campeonato Mineiro) e relacionou essa conquista de sócios – e uma renda recorrente – à busca de reforços de peso.

Não é de esperar a chegada de grandes jogadores pelo momento do clube e o fato do Cruzeiro hoje não ser uma vitrine. Mas analisando os reforços dos dois últimos anos de maior nome, é até bom que o elenco seja composto de desconhecidos com muito suor e energia para gastar. Por exemplo, o atacante Marcelo Moreno, o grande nome do Cruzeiro após a queda, saiu para o Cerro Porteño e não deixará saudades.

Com mais pés no chão mas ainda muito a fazer, inclusive na comunicação e na relação com a torcida, o Cruzeiro começa 2022 precisando subir de qualquer forma.

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