O Cruzeiro terá uma difícil missão nesta quarta-feira contra o Boca Juniors, no Mineirão, pelas oitavas-de-final da Taça Libertadores. O time argentino, atual campeão da competição, é o carrasco dos clubes brasileiros neste século. Na primeira partida, em Buenos Aires, o Boca ganhou por 2 a 1. Por isso, a Raposa precisa da vitória para seguir sonhando com o título. O placar de 1 a 0 já é suficiente. Mas se os argentinos balançarem a rede, o Cruzeiro precisa vencer por dois gols de diferença. Um triunfo de 2 a 1 leva a decisão para os pênaltis.
Desde 2000, o Boca Juniors já venceu sete duelos contra clubes brasileiros na Libertadores. Deles, cinco foram com a segunda partida no país, como acontece agora com o Cruzeiro. Além disso, foram três títulos em cima de times nacionais. A primeira vítima foi o Palmeiras, na final de 2000. O triunfo foi no Morumbi, nos pênaltis, após dois empates.
No ano seguinte, foi o Vasco quem se deu mal. Duas vitórias argentinas nas quartas-de-final. Ainda em 2001, o Boca voltou a eliminar o Palmeiras, agora na semifinal. Após dois empates de 2 a 2, a decisão foi novamente para os pênaltis. E os argentinos ganharam por 3 a 2. Em 2003, o torcedor brasileiro assistiu mais uma vez a comemoração do rival. Nas oitavas-de-final, a vítima foi o Paysandu. E na decisão contra o Santos, o Boca Juniors venceu em casa por 1 a 0 e também se deu bem no Morumbi: 3 a 1.
m 2004, foi a vez do São Caetano sofrer com os argentinos. O time paulista foi eliminado nas quartas-de-final nos pênaltis. Após empate por 0 a 0, em São Caetano do Sul, e 1 a 1, em Buenos Aires, o Boca Juniors ficou com a vaga ao vencer por 4 a 3. E a última vítima foi o Grêmio, na decisão do título no ano passado. Foi um passeio do time argentino, que venceu os dois jogos: 3 a 0 em casa e 2 a 0 no Olímpico.
Para não ser mais um na lista, o Cruzeiro aposta no apoio da torcida. O clube tem uma média de 31.537 pagantes por partida como mandante nesta Libertadores. A expectativa é que o Mineirão esteja lotado após a conquista do título mineiro no último domingo. A carga para a partida é de 69.333 ingressos.
– O Boca é um adversário muito difícil aqui no Brasil. Já ganhou do Santos, do Grêmio, do Palmeiras… Mas podemos vencer – disse o técnico Adilson Batista.
A equipe estrelada tem um ótimo retrospecto em casa na Libertadores. Venceu os quatro jogos e, em todos, marcou três gols: 3 a 1 no Cerro Porteño; 3 a 0 no Real Potosi; 3 a 0 no Caracas; e 3 a 1 no San Lorenzo.
– Essa história de bicho-papão é lenda. Será um grande jogo e temos condições de conseguir a classificação aqui no Mineirão principalmente com o apoio da nossa torcida – disse o jovem atacante Guilherme, de 19 anos.
Com 11 gols em 42 jogos pelo Cruzeiro, o meia Leandro Domingues considera que o gol marcado no jogo de ida em Buenos Aires foi muito importante para o time. A Raposa perdia por 2 a 0 e era pressionada pelo Boca Juniors. Mas conseguiu achar um gol em um chute do volante Fabrício. Com isso, uma vitória simples de 1 a 0 nesta quarta-feira garante a vaga.
– Não conseguimos fazer uma grande partida lá, mas fizemos um gol importante. E aqui o torcedor vai encher o Mineirão e nossa equipe está motivada para conquistar a vitória – disse.
Na primeira partida, em Buenos Aires, Riquelme marcou o primeiro gol do Boca Juniors e deu o passe para o segundo de Dátolo. Além de ter criado outras jogadas de perigo contra a Raposa. O volante Ramirez conhece bem a receita para vencer o Boca Juniors e conseguir a classificação.
– Vamos fazer de tudo para parar o Riquelme – disse o jogador.

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